Rússia "amplificou" desinformação sobre cheias em Espanha

A Rússia aproveitou as cheias em Valência de outubro passado para "amplificar" a desinformação associada às inundações e tentar dar uma imagem de Espanha de país "afundado no caos", segundo um relatório do Departamento de Segurança Nacional espanhol.

Notícia

© REUTERS

Lusa
23/05/2025 12:21 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Espanha

A propósito da crise desencadeada pelas cheias de 29 de outubro de 2024 no leste de Espanha, em que morreram mais de 230 pessoas, "o ecossistema de propaganda e desinformação pró-Kremlin, de forma oportunista, amplificou e adaptou narrativas de desinformação preexistentes em seu benefício", lê-se no relatório relativo a 2024 do Departamento de Segurança Nacional de Espanha, entregue esta semana ao parlamento espanhol e a que a Lusa teve hoje acesso.

 

Segundo o documento, "os atores pró-russos focaram-se em promover a desconfiança dos cidadãos nas instituições públicas" espanholas, "deslegitimar o apoio à Ucrânia sob pretexto da necessidade real de ajuda às zonas afetadas" pelas cheias "e em projetar uma imagem de país afundado no caos".

"A difusão de campanhas de desinformação tem-se acentuado muito desde a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", iniciada em fevereiro de 2022, lê-se no documento, que acrescenta que "eventos como pandemias, processos eleitorais ou catástrofes naturais têm sido e continuarão a ser aproveitados e instrumentalizados pelo Kremlin para desenvolver campanhas de desinformação cuja finalidade última é corroer a legitimidade democrática e minar a confiança da sociedade nas instituições públicas".

O Departamento de Segurança Nacional de Espanha sublinha que "a desinformação russa teve mudanças relevantes" nos últimos três anos.

Segundo o mesmo documento, até à invasão da Ucrânia, "o planeamento, direção e difusão" da desinformação era feita, maioritariamente, através de agências e meios de comunicação estatais, mas o Kremlin mudou este modelo, passando a dar prioridade às redes sociais, "para esquivar o efeito das sanções europeias" e para "tentar ter maior penetração e difusão das suas narrativas".

As campanhas passaram, assim, para "canais não convencionais, com um 'modus operandi' mais sofisticado", que dificulta seguir-lhes o rasto para chegar à origem, sendo usados "atores e organizações" sem ligações entre si "que operam em múltiplas infraestruturas, criadas especificamente e que funcionam de forma independente".

O Departamento de Segurança Nacional de Espanha destaca a relevância assumida pela Inteligência Artificial nas novas campanhas de desinformação da Rússia, que lhe permite uma difusão "massiva e quase instantânea" de conteúdos.

"Estes avanços colocam desafios críticos" que "exigem a definição e adoção de novas estratégias e tecnologias avançadas para a deteção, análise e resposta a estas ameaças", lê-se no relatório do Departamento de Segurança Nacional de Espanha.

Leia Também: Inundações na Austrália fazem quatro mortos e um desaparecido

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas