"Esta é (...) uma mensagem clara para (o Presidente francês Emmanuel) Macron e os seus amigos: eles reconhecerão um Estado palestiniano no papel, e nós construiremos um Estado judaico israelita aqui, na prática", disse Katz durante a visita a um colonato no norte da Cisjordânia.
"O papel será atirado para o caixote do lixo da história e o Estado de Israel prosperará e florescerá", acrescentou o ministro israelita, numa referência à intenção de alguns líderes europeus de avançarem para o reconhecimento do Estado da Palestina.
Estas declarações de Katz surgem um dia depois de Israel ter anunciado o estabelecimento de 22 colonatos judeus na Cisjordânia ocupada, incluindo a criação de novas comunidades e a legalização de outras já construídas sem autorização do Governo.
"Não nos ameacem com sanções, porque não nos farão ceder. O Estado de Israel não se curvará perante ameaças", insistiu Katz.
Horas antes, o Presidente francês tinha voltado a colocar a possibilidade de reconhecer a Palestina como um Estado, algo que acredita ser tanto um "dever moral" como uma "exigência política".
A França pressionou para que se realizasse uma conferência na ONU, em junho, para defender a solução de dois Estados (Israel e Palestina) e defendeu uma postura "mais dura" da União Europeia em relação a Israel, caso este país não forneça uma resposta adequada para resolver a situação humanitária "insustentável" na Faixa de Gaza, cenário de uma guerra entre Telavive e o grupo extremista palestiniano Hamas desde outubro de 2023.
Esta Conferência Internacional para a Solução dos Dois Estados no Médio Oriente vai decorrer entre 17 e 20 de junho na sede da ONU, em Nova Iorque, e será copresidida pela França e pela Arábia Saudita.
A Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e a Faixa de Gaza foram ocupadas militarmente por Israel na guerra de 1967, juntamente com os Montes Golã, na Síria.
No total, vivem na Cisjordânia cerca de 700.000 colonos judeus, alguns em colonatos considerados legais por Israel e alguns em colonatos considerados ilegais até pelo Governo israelita, embora o direito internacional deixe claro que todos eles estão à margem da legalidade.
O Tribunal Penal Internacional decidiu, em julho de 2024, que a política de colonatos de Israel é contrária à Quarta Convenção de Genebra sobre o Deslocamento Forçado de Pessoas.
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