"Depois de o Hamas ter rejeitado mais uma vez o acordo proposto, não há mais desculpas (...). Já perdemos muitas oportunidades. É tempo de entrar com toda a força necessária, sem pestanejar, para destruir e matar completamente o Hamas" na Faixa de Gaza, afirmou Gvir na rede social Telegram, numa mensagem endereçada ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Ben Gvir refere-se à nova proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que visa colocar fim a quase 20 meses de uma guerra devastadora no pequeno território palestiniano, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou na noite de quinta-feira que a proposta de cessar-fogo dos EUA tinha sido aprovada por Israel. Não houve qualquer resposta oficial de Israel até ao momento.
Mais tarde, na quinta-feira, Bassem Naim, um dos líderes exilados do Hamas, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que a proposta não correspondia às suas exigências, pois "significa, no fundo, a perpetuação da ocupação, a continuação dos assassinatos e da fome".
Esta proposta "não vai ao encontro de nenhuma das exigências do nosso povo, incluindo o fim da guerra e da fome", enfatizou Naim, acrescentando que o movimento estava a considerar como responder.
De acordo com duas fontes próximas das negociações, a nova proposta dos Estados Unidos inclui uma trégua de 60 dias, prorrogável até 70, e a entrega pelo Hamas de 10 reféns vivos e nove mortos em troca da libertação de prisioneiros palestinianos durante a primeira semana, e uma segunda troca pelo mesmo número de reféns vivos e mortos durante a segunda semana.
Das 251 pessoas raptadas pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, 57 continuam detidas na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 34 já morreram, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, após o ataque do Hamas em 07 de outubro, já provocou mais de 54 mil mortos e outros milhares de feridos.
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