O Japão introduziu novas regras quanto à escolha de nomes para bebés, por forma a conter a tendência do aumento de nomes 'kirakira' - chamativos e extravagantes.
Segundo o The Guardian, a alteração na Lei do Registo Familiar permitirá apenas a leitura fonética de caracteres kanji que são considerados "aceites", tendo como objetivo impedir que os pais utilizem nomes nomes incomuns como 'Pikachu'.
O governo japonês afirmou ainda que a nova legislação tenciona "acabar com a confusão que os nomes extravagantes causam em escolas, hospitais ou outros serviços públicos".
A partir de agora, os pais terão de justificar a escolha de um nome que tenha uma pronúncia pouco convencional. Se não for aceite, terão de optar por um nome alternativo.
Alguns dos nomes que têm atraído atenção e têm sido usados são, por exemplo, Naiki (Nike), Pū (Winnie the Pooh), Kitty, Daiya (Diamante) e Ōjisama (Príncipe).
Há ainda um outro exemplo, que remonta ao ano de 1995, onde os pais escolheram nome de Akuma, que significa Diabo, para o seu filho. Foi um caso que, na altura, mereceu destaque mediático e foi a tribunal, com os pais a acabarem por concordar em mudar o nome da criança.
Esta mudança da lei é também uma resposta do governo à crescente tendência dos nomes dados aos bebés inspirados em personagens de Anime, cultura pop e marcas ocidentais. Destacam-se nomes como Naruto, Elsa, Jewel ou até Purin - que significa pudim.
Noutro exemplo, a antiga atleta olímpica japonesa, Seiko Hashimoto, tem duas filhas chamadas Girishia e Torino (Grécia e Turim, em português), devido às cidades olímpicas onde nasceram.
Uma pesquisa feita por um professor assistente da Universidade da Ciência de Tóquio, Yuji Ogihara, revelou que o número de 'nomes únicos', no Japão, cresceu de forma acentuada nos últimos 40 anos, tendo concluído que esse crescimento "sugere um aumento na procura da singularidade e do individualismo".
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