Venezuela avisa cidadãos para deixarem EUA devido a detenções arbitrárias

O governo da Venezuela alertou hoje os seus cidadãos que não devem viajar para os Estados Unidos e que abandonem imediatamente o país, após um aviso idêntico de Washington devido ao elevado risco de detenções arbitrárias.

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Lusa
27/05/2025 21:24 ‧ ontem por Lusa

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"Este alerta é emitido porque, atualmente, os venezuelanos nos Estados Unidos são vítimas de um padrão sistemático de violações dos direitos humanos, sendo detidos arbitrariamente, separados das suas famílias e transferidos para campos de concentração em países terceiros", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Yván Gil.

 

Numa mensagem publicada no Telegram, Gil acusou ainda "a extrema-direita venezuelana e norte-americana" de promoverem o "uso da chantagem migratória e criminalização nacionalidade, na mais cruel operação xenófoba conhecida" no continente.

Antes do aviso de Caracas, o Departamento de Estado confirmou que mantém o alerta de viagem para a Venezuela no nível 4, o mais elevado, devido a "riscos graves, incluindo detenções injustas, tortura na detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais arbitrárias, crimes violentos, agitação civil e deficiências nos cuidados médicos".

De acordo com a nota oficial, a Venezuela é o país com o maior número de cidadãos norte-americanos detidos injustamente e as autoridades locais não informam Washington quando um dos seus cidadãos é detido.

O governo de Donald Trump recorda ainda que os Estados Unidos não têm embaixada ou consulado na Venezuela, pelo que não podem oferecer assistência consular aos seus cidadãos no país.

Por todas estas razões, o Departamento de Estado recomenda que não se viaje para a Venezuela "por razão alguma" e pede aos cidadãos norte-americanos ou residentes legais nos Estados Unidos que se encontrem no país que o abandonem imediatamente.

O alerta segue-se às eleições legislativas e regionais do último fim de semana, em que os partidos 'chavistas' que apoiam o Presidente Nicolás Maduro aproveitaram o boicote da oposição e venceram com 83,42% do total, segundo anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O CNE adiantou que os partidos agrupados no bloco Grande Polo Patriótico tiveram 5.024.475 votos, quando estavam apurados os boletins de 99,88% das assembleias.

No que diz respeito à Assembleia Nacional (parlamento), o CNE informou que 253 dos 285 assentos para deputados foram atribuídos ao chavismo.

Por outro lado, dos 24 estados do país, o chavismo governará em 23, incluindo a região de Essequibo, um território de quase 160 mil quilómetros quadrados disputado com a Guiana e que Caracas considera o seu 24.º estado.

Apenas um estado ficará nas mãos da oposição, Cojedes (oeste), cujo governador, Alberto Galíndez, foi reeleito.

Até ao momento, o CNE não publicou os resultados desagregados destas eleições, nem das presidenciais de julho de 2024, nas quais proclamou Nicolás Maduro como vencedor, o que foi rejeitado pela oposição, que reclama o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia.

A líder da oposição, Maria Corina Machado, e Edmundo González, candidato da oposição nas eleições presidenciais do ano passado, tinham apelado ao boicote do escrutínio, considerando-o uma farsa e afirmando que a fraca afluência às assembleias de voto seria um protesto silencioso contra a reeleição de Maduro como Presidente em julho passado.

As eleições de domingo ficaram também marcadas pela detenção de cerca de 70 pessoas, incluindo Juan Pablo Guanipa, da oposição, acusado de tentar desestabilizar a votação.

Mais de 400.000 membros das forças de segurança foram destacados para o ato eleitoral, com patrulhas de polícias encapuzados e armados.

Maria Corina Machado, que vive na clandestinidade, voltou a apelar, na segunda-feira, ao exército para que atue contra um Governo considerado ilegítimo.

Leia Também: Risco de detenções. EUA alertam cidadãos para abandonarem Venezuela

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