"Aquele que perde, devia pegar no telefone e ligar para o que venceu"

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, defendeu hoje, enquanto líder da Frelimo, a realização de eleições pacíficas em Moçambique, em que os derrotados cumprimentam os vencedores, numa alusão ao recente processo eleitoral.

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Lusa
23/05/2025 10:51 ‧ há 6 horas por Lusa

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Daniel Chapo

"Devia ser assim. Aquele que perde, devia pegar no telefone, ligar para aquele que venceu, desejar muitos parabéns e saber que daqui a cinco anos há outras eleições. E trabalharmos como irmãos moçambicanos e desenvolvermos o nosso país", afirmou Daniel Chapo.

 

O chefe de Estado falava como presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), na abertura do seminário de indução dos deputados do partido no poder, que decorre hoje na Matola, e voltou a comparar o processo eleitoral a um jogo de futebol, aludindo aos ilícitos eleitorais apontados pela oposição nas eleições gerais de 09 de outubro, em que foi eleito o quinto Presidente da República.

"O árbitro tem cartões no bolso, cartão amarelo, cartão vermelho, porque sabe que durante os 90 minutos há de existir alguém que, por causa de querer a vitória, vai cometer faltas. Mas, mesmo que haja um cartão vermelho ou cartolinas (...) se há uma equipa que estava a ganhar 2 a 0 e, nesta equipa, há dois jogadores que tiveram cartões vermelhos, saíram por terem cometido irregularidades, estas irregularidades não anulam o resultado do jogo. A equipa continua a ganhar 2 a 0", apontou.

E com isso, sublinhou, comparando ao processo eleitoral, que "nem todas as irregularidades anulam o resultado do jogo".

"Quando nós dissemos que devemos ser agentes da estabilidade política, é percebermos que durante 90 minutos as pessoas lá dentro se batem, cometem faltas, porque querem vencer. Mas, quando termina o jogo, o que devia acontecer devia ser igual àquilo que acontece no jogo de futebol. Quando termina o jogo, uma equipa perdeu, a outra ganhou, os jogadores se abraçam e existem até campeonatos em que os jogadores até trocam camisolas", disse.

As eleições gerais de 09 de outubro degeneraram em agitação social durante vários meses, com 400 mortos, destruição e saque de empresas e de instituições públicas, contestando os resultados. Daniel Chapo assinou em 05 de março um acordo político para pacificação com todos os partidos políticos, que descreveu como uma "nova era" para o país, prevendo reformas estruturantes, em 23 de março reuniu-se pela primeira vez com Venâncio Mondlane, candidato presidencial que convocou os protestos, encontro que repetiu na terça-feira, já num cenário de pacificação.

Na mesma intervenção desta manhã, dirigindo-se aos parlamentares da Frelimo, Chapo disse que devem ter disciplina partidária e fidelidade ao partido, recordando que nas eleições, que voltaram a dar a maioria ao partido na Assembleia da República, nenhum "teve a sua cara" no boletim de voto.

"Todos os eleitores, quando foram votar, votaram na Frelimo. Por isso, é importante o deputado da Frelimo prever que deve pautar o seu comportamento pela observância escrupulosa das normas e princípios dos estatutos e programa do partido Frelimo, diretivas, regulamentos para além da Constituição e a legislação ordinária da República (...). Cada deputado deve ter consciência que está na Assembleia da República a cumprir uma missão do partido", enfatizou Chapo.

"Com a vossa dedicação e empenho", garantiu aos deputados do Frelimo que será possível "renovar Moçambique, construindo uma vida melhor" para o povo.

Pedindo o "engajamento de todos", assegurou que será possível "melhorar o estado das infraestruturas em termos de quantidade e qualidade" e elevar o "nível de capital nacional com a melhoria de qualidade de educação e saúde".

"Garantiremos que os recursos naturais do país sejam explorados com responsabilidade, beneficiando, de facto, e em primeiro lugar, os moçambicanos e o interesse nacional", sublinhou Chapo.

"Por isso, camaradas, o interesse nacional e do povo moçambicano deve estar em primeiro lugar do interesse particular e de grupos", disse.

Leia Também: Agitação pós-eleitoral? Chissano diz que é "crise de crescimento"

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