Em conferência de imprensa, a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, justificou a decisão como uma contribuição para "construir uma Síria nova, inclusiva e pacífica".
Kallas reconheceu que nem tudo é ideal na Síria, mas insistiu na necessidade de um compromisso com a reconstrução do país, devastado por quase 14 anos de guerra civil, e de "uma oportunidade" para o povo sírio, agora sob liderança de um Governo de transição que emergiu dos rebeldes.
"Não pode haver paz sem um caminho para a recuperação económica. Todos queremos a paz", expressou a chefe da diplomacia do bloco europeu, uma semana após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado o fim das sanções de Washington a Damasco.
A suspensão hoje anunciada por Bruxelas não afeta, no entanto, as medidas dirigidas aos responsáveis da repressão durante o regime de Al-Assad, que fugiu para a Rússia, e pelas violações dos direitos humanos ainda em vigor.
O acordo para levantar as sanções económicas conclui uma decisão inicial dos 27 do bloco europeu, que já tinham levantado as restrições aos setores da energia e dos transportes em janeiro, como primeira resposta à queda do regime.
Apesar de o anterior líder rebelde e atual Presidente de transição, Ahmad al-Sharaa, prometer um Síria inclusiva, o país tem testemunhado nos últimos meses confrontos sangrentos entre as novas forças de segurança, de maioria sunita, e as minorias religiosas alauita, a que pertence Al-Assad, e drusa, que tem o apoio de Israel.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, avisou hoje no Senado (câmara alta do Congresso), em Washington, que a Síria pode estar a semanas de uma "guerra civil em grande escala", o que significa a desintegração do país", dias depois de se ter reunido com líderes do regime de transição.
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