"O Presidente congratula-se com este desenvolvimento, que constitui um passo em direção a uma governação inclusiva, e manifesta a sua esperança de que contribua significativamente para os esforços em curso no sentido de restaurar a ordem constitucional e a governação democrática no Sudão", declarou a organização pan-africana, em comunicado.
Youssouf "exorta todas as partes sudanesas a redobrarem os seus esforços no sentido de uma transição pacífica, inclusiva e liderada por civis que reflita as aspirações do povo sudanês".
A Comissão da UA sublinhou, ainda, o seu apoio ao país neste processo, juntamente com os parceiros regionais e internacionais.
Segundo o comunicado, o presidente reiterou "o firme compromisso da União Africana para com a unidade, a soberania e a estabilidade do Sudão e para com a procura de uma solução política duradoura que assegure a paz, o desenvolvimento e a governação democrática para todos os sudaneses".
O presidente do Conselho Soberano do Sudão e líder das Forças Armadas do país, Abdelfatah al Burhan, emitiu um decreto na segunda-feira para nomear Kamel Tayeb Idris como novo primeiro-ministro, depois de ter nomeado o embaixador do Sudão na Arábia Saudita, Dafallah al Haj Ali, como primeiro-ministro interino há três semanas.
Idris é uma figura de destaque nos domínios do direito internacional e da diplomacia.
Al Burhan está a tomar medidas para a possível definição de um Governo civil para o país, que tem sido controlado pela liderança militar desde o golpe de Estado do próprio Al Burhan em 2019, que depôs o antigo ditador Omar al-Bashir após trinta anos no poder.
Entretanto, o exército sudanês continua a combater o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que perdeu a capital, Cartum, no final de março e recuou para zonas da região central do Cordofão, além de controlar o vasto estado do Darfur (oeste), com exceção de Al-Fashir, capital do Darfur do Norte.
Desde o seu início, há mais de dois anos, a guerra no Sudão já matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou mais de 12,5 milhões, provocando a pior crise humanitária do planeta.
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