"Exclusivo". Polícia sul-coreana quer deter jornalista por "artigo falso"

A polícia da Coreia do Sul informou hoje que solicitou à justiça a emissão de um mandado de detenção para um jornalista que publicou uma notícia falsa sobre a imposição da lei marcial em dezembro.

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© JUNG YEON-JE/AFP via Getty Images

Lusa
20/05/2025 07:35 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Coreia do Sul

Em janeiro, um repórter do meio de comunicação local Sky eDaily afirmou, num artigo alegadamente "exclusivo", que as tropas sul-coreanas tinham detido 99 espiões chineses em 03 de dezembro, dia em que o ex-presidente deposto Yoon Suk-yeol impôs a lei marcial.

 

Citando alegadas fontes anónimas da inteligência militar dos Estados Unidos, o jornalista escreveu que os espiões tinham sido colocados sob custódia militar norte-americana em Okinawa, no Japão, depois de terem sido detidos numa instalação da comissão eleitoral sul-coreana.

A Polícia Metropolitana de Seul disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que tinha emitido um mandado de detenção para o jornalista por "obstrução de deveres oficiais" da comissão eleitoral.

O jornalista, cujo nome não foi divulgado pela polícia, é acusado de publicar um "artigo falso, que perturbou" as operações da comissão, acrescentou um porta-voz da polícia.

O porta-voz acrescentou que a resposta do tribunal sobre o pedido de emissão do mandado de detenção deverá ser conhecida esta quarta-feira.

O serviço de verificação de factos da AFP já tinha identificado o artigo do Sky eDaily, cujo conteúdo foi refutado tanto pela comissão eleitoral sul-coreana como pelas forças armadas dos Estados Unidos na Coreia do Sul.

Yoon Suk-yeol surpreendeu a Coreia do Sul na noite de 03 para 04 de dezembro ao declarar inesperadamente a lei marcial e enviar o exército para assumir o controlo do Parlamento. No entanto, os deputados sul-coreanos conseguiram reunir-se a tempo de cancelar a medida.

O antigo líder, que foi deposto no início de abril, justificou as ações citando ameaças de "forças comunistas norte-coreanas" e a sua obrigação de "eliminar elementos hostis ao Estado".

As ações de Yoon conquistaram o apoio de figuras religiosas extremistas e de YouTubers da direita radical e alimentaram uma onda de desinformação e teorias da conspiração online, com conteúdo não verificado que incluía alegações não comprovadas de fraude eleitoral e espionagem chinesa.

Quatro apoiantes envolvidos no ataque de janeiro a um tribunal que tinha aprovado formalmente a detenção de Yoon foram condenados a penas de prisão na semana passada.

Leia Também: Detido suspeito de ataques com faca na Coreia do Sul

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