O nacionalista George Simion, que venceu a primeira volta, realizada em 04 de maio, com quase 41% dos votos, deverá obter agora entre 45,1% e 45,9%, de acordo com as projeções à boca das urnas divulgadas pela imprensa romena após o fecho das urnas, às 21:00 locais.
O instituto de sondagens CURS atribui 54,1% dos votos a Nicusor Dan e 45,9% a Simion. Já a empresa de sondagens Avangarde refere que Dan vencerá com 54,9%, enquanto o adversário terá 45,1%.
Na primeira volta, o independente Nicusor Dan tinha obtido quase metade dos votos de Simion, perto de 21%.
Segundo dados oficiais, a participação foi de 64,70%, ou 11.639.301 votantes, num total de quase 18 milhões de eleitores. Na primeira volta, a participação foi de 53%.
Até às 19:00 locais, duas horas antes do encerramento das urnas, segundo dados oficiais, a participação atingiu 59,48% do eleitorado, muito acima dos 53,21% registados na primeira volta, realizada a 04 de maio, à mesma hora.
Em concreto, 10.700.256 pessoas votaram até às 19:00 locais, enquanto há duas semanas 9.571.740 pessoas tinham votado até à mesma hora, de acordo com os dados oficiais.
Segundo a agência de notícias espanhola EFE, este número foi impulsionado por um aumento significativo da participação da comunidade romena residente no estrangeiro, que inclui 1.533 668 pessoas que votaram na diáspora.
O número mais elevado de votantes registou-se em Itália, com 253.720 votos até às 18:00 locais (menos uma hora em Lisboa), enquanto na Alemanha 249.252 votantes foram às urnas. O Reino Unido está em terceiro lugar com 234.728 votos e a Espanha com 162.608 votos.
A votação de hoje foi marcada por novas denúncias de interferências estrangeiras.
"Durante as eleições presidenciais em curso na Roménia, voltamos a ver as marcas da interferência russa. Uma campanha viral de notícias falsas no Telegram e noutras plataformas de redes sociais tem como objetivo influenciar o processo eleitoral. Este facto já era esperado e as autoridades da Roménia desmascararam as notícias falsas", escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros romeno na rede social X.
Pouco antes, o fundador do Telegram, Pavel Durov, acusara França, sem a nomear, de ter tentado interferir nas eleições, pedindo à plataforma que "silenciasse as vozes conservadoras na Roménia", algo que Paris negou firmemente.
Por outro lado, o candidato nacionalista George Simion, vencedor da primeira volta, realizada em 04 de maio, com quase 41% dos votos, voltou a levantar acusações de fraude eleitoral.
Desde sexta-feira, o partido de Simion, a Aliança para a União dos Romenos (AUR, extrema-direita, segunda força política no parlamento), tem vindo a denunciar fraude eleitoral no escrutínio no estrangeiro, e voltou a reforçar essas acusações hoje.
As acusações incluem a alegada compra de votos, o transporte irregular de eleitores e a manipulação dos boletins de voto para favorecer o seu rival.
O AUR exigiu a intervenção imediata do Gabinete Eleitoral Central, da Autoridade Eleitoral Permanente (AEP) e da polícia romena, embora o partido não tenha apresentado provas concretas destas alegações.
Analistas consideram que se trata de uma estratégia para mobilizar ao voto, em particular na diáspora, onde Simion goza de maior apoio.
O Ministério do Interior indicou que o dia decorreu sem incidentes de maior.
As eleições presidenciais romenas têm sido marcadas pela polémica, depois de uma primeira volta ter sido anulada em dezembro passado pelo Tribunal Constitucional, numa decisão inédita, por suspeita de interferência russa, que teria beneficiado nas redes sociais, nomeadamente no TikTok, o candidato pró-russo Calin Georgescu.
[Notícia atualizada às 19h32]
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