"O lançamento de uma nova ofensiva terrestre pelo exército israelita em Gaza é motivo de profunda preocupação, tanto para os objetivos estratégicos de Israel como para a situação humanitária em Gaza", afirmou o comunicado do governo alemão, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Nos últimos dias, Israel lançou ataques generalizados em Gaza e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu uma nova escalada para prosseguir o seu objetivo de destruir o Hamas, no enclave.
O governo alemão reconhece "o direito de Israel a defender-se" no quadro do direito internacional, contudo, entende que tais "ações podem pôr em perigo a vida dos restantes reféns, incluindo os alemães, que, após quase 600 dias, ainda temem pela sua sobrevivência nas prisões do Hamas", alertou.
Uma ofensiva militar em grande escala também "corre o risco" de "piorar a já catastrófica situação humanitária da população em Gaza e a situação dos restantes reféns", ao mesmo tempo que reduz "as perspetivas de um cessar-fogo a longo prazo muito necessário".
A declaração refere ainda que o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul, voltou a manter conversações telefónicas com o seu homólogo israelita, Gideon Saar, na segunda-feira passada, e que se mantém "em estreito contacto com outros parceiros na região".
Os líderes árabes, reunidos na cimeira anual em Bagdade (Iraque), declararam hoje que procuram alcançar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, prometendo contribuir para a reconstrução do território assim que a guerra terminar.
Entretanto, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, transmitiu hoje ao seu homólogo palestiniano que Espanha fará "tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim" à "barbárie" na Faixa de Gaza.
À chegada à Liga Árabe, em Bagdad, Pedro Sánchez disse que impulsionará uma proposta, a apresentar às Nações Unidas, para que o Tribunal Internacional de Justiça se pronuncie sobre o cumprimento por parte de Israel das suas obrigações em relação ao acesso à ajuda humanitária em Gaza.
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