"O enviado especial Steve Witkoff deverá viajar para Omã no domingo para uma quarta ronda de negociações com o Irão", disse uma fonte próxima à agência France-Presse (AFP) sob anonimato, indicando que Washington espera, à semelhança dos encontros anteriores, que haja "discussões diretas e indiretas".
Esta será a quarta ronda de negociações entre representantes norte-americanos e iranianos sob mediação de Omã.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, confirmou as negociações no domingo em Omã num vídeo transmitido pelos meios de comunicação social locais.
"As negociações estão a progredir e, naturalmente, quanto mais avançamos, mais consultas e revisões necessitamos, e mais tempo as delegações precisam para considerar as questões levantadas", observou, por seu lado, o chefe da diplomacia de Teerão.
Estados Unidos e Irão, inimigos há quatro décadas, iniciaram conversações sobre o programa nuclear iraniano em 12 de abril, mediadas por Omã.
O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, disse na quarta-feira que estas negociações estavam no "caminho certo".
Durante décadas, os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, suspeitaram que o Irão ambicionava possuir armas nucleares, embora Teerão negue e alegue que as atividades estão limitadas a fins civis.
O acordo de 2015 entre o Irão e as principais potências que regulava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais foi interrompido depois de os Estados Unidos se terem retirado em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump na Casa Branca.
O Irão pelo seu lado tem vindo a recuperar nos últimos meses dos reveses militares infligidos por Israel aos seus aliados, o movimento extremista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza e o grupo xiita Hezbollah no Líbano.
Estes conflitos foram marcados por ataques militares recíprocos entre Israel e o Irão, pela primeira vez após anos de uma "guerra por procuração".
Após a saída unilateral dos Estados Unidos do acordo, o Irão demarcou-se do texto e acelerou o programa nuclear.
Desde então, aumentou o nível de enriquecimento de urânio para 60%, muito acima do limite de 3,67% imposto pelo entendimento, aproximando-se do limite de 90% necessário para fabricar uma bomba atómica.
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