"A Alemanha é uma das principais forças da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", disse o secretário-geral da organização político-militar, Mark Rutte, em conferência de imprensa conjunta com o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, que hoje foi recebido no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas.
O líder da NATO destacou que a Alemanha é o "país da Europa que mais contribuiu para apoiar a Ucrânia", no âmbito da ofensiva militar russa iniciada há mais de três anos, e enunciou as principais missões em que Berlim está envolvida no âmbito da Aliança, "especialmente no Mar Báltico".
Apontando o investimento que a Alemanha vai fazer em defesa, já anunciado pelo novo chanceler, o secretário-geral da NATO referiu que esse é o mote para a cimeira que vai realizar-se dentro de um mês e meio em Haia, nos Países Baixos.
Em março passado, o então futuro chanceler anunciou que a Alemanha vai criar um fundo especial de 500 mil milhões de euros para investir em Defesa e quer rever as regras de contenção da dívida pública para permitir que seja criado.
É expectável que os países da NATO se comprometam com novas metas de investimento em Defesa, respondendo aos reptos do secretário-geral e de países como a Polónia - que está nos 5% de investimento do Produto Interno Bruto (PIB) -- mas também às ameaças do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump.
A Casa Branca, sob a égide do Presidente republicano, ameaçou abandonar ou deixar de investir na NATO como tem feito até hoje, se os outros países da Aliança Atlântica não se comprometerem com mais investimento.
Países como Portugal ainda não atingiram os 2% de investimento do PIB em Defesa e esse objetivo foi traçado para 2029, apesar de o Governo de Luís Montenegro (PSD/CDS-PP) ter dito que iria antecipar esta meta, sem se comprometer com uma nova data concreta.
Na cimeira de Haia, a primeira de Friedrich Merz e também do novo mandato de Donald Trump, os Estados-membros deverão comprometer-se com investimento acima dos 3% do PIB em defesa, possivelmente até 3,5% do PIB, mas a percentagem ainda não está fechada.
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