Irão acusa Israel de tentar arrrastar EUA para catástrofe na região

O Irão acusou hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de estar a tentar arrastar os Estados Unidos para uma catástrofe no Médio Oriente e advertiu contra qualquer tentativa de guerra com a República Islâmica.

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© ATTA KENARE/AFP via Getty Images

Lusa
05/05/2025 15:32 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Nuclear

"Netanyahu está descaradamente a tentar ditar o que o presidente Donald Trump pode ou não fazer na sua diplomacia com o Irão", escreveu o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, nas redes sociais, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

 

O Irão e os Estados Unidos, inimigos há quatro décadas, iniciaram conversações sobre a questão do programa nuclear iraniano em 12 de abril, com a mediação de Omã.

Em 27 de abril, Netanyahu apelou aos Estados Unidos para que chegassem a um acordo com Teerão, privando o Irão de toda a capacidade de enriquecimento de urânio e impedindo o país persa de desenvolver mísseis balísticos.

O Irão, que considera estas exigências como uma linha vermelha nas negociações, acusou Netanyahu de ditar a política norte-americana.

"O mundo percebeu como Netanyahu INTERVÉM diretamente com o governo dos Estados Unidos para o arrastar para outra catástrofe na nossa região", disse Araghchi, escrevendo algumas palavras em maiúsculas.

Araghchi citou o apoio inabalável dos Estados Unidos a Israel na guerra em Gaza contra o movimento extremista palestiniano Hamas, bem como os ataques norte-americanos contra os rebeldes Huthis no Iémen.

Os Huthis, que controlam vastas áreas do Iémen devastado pela guerra, atacam regularmente território e navios israelitas no mar Vermelho em apoio aos palestinianos em Gaza.

"O apoio MORAL ao genocídio de Netanyahu em Gaza e à guerra travada em nome de Netanyahu no Iémen não fez NADA pelo povo americano", disse Araghchi, alertando contra "QUALQUER erro contra o Irão".

Netanyahu prometeu no domingo retaliar contra os Huthis, mas também contra o Irão por apoiar militarmente, segundo afirmou, os rebeldes iemenitas, que reivindicaram um ataque com míssil contra o principal aeroporto internacional de Israel.

Araghchi admitiu ser possível alcançar um acordo com os Estados Unidos, mas apenas através da "diplomacia, baseada no respeito e no benefício mútuo", segundo a agência de notícias iraniana Irna.

"A minoria Netanyahu na América, que tem pavor da diplomacia, revelou agora a verdadeira agenda. O mundo deve prestar atenção às suas verdadeiras prioridades", acrescentou.

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel há muito que suspeitam que o Irão pretende adquirir armas nucleares.

Teerão rejeita as alegações e defende ter o direito à energia nuclear para fins civis, nomeadamente energéticos.

Um anterior acordo com o Irão foi concluído em 2015, mas caducou com a decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do pacto em 2018, durante o primeiro mandato presidencial (2017-2021).

O acordo envolvia também a China, a França, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha, e limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.

Desde que regressou à presidência, em janeiro, Trump apelou ao Irão para negociar um novo texto, mas ameaçou bombardear o país se a diplomacia falhasse.

Leia Também: Netanyahu promete retaliação contra rebeldes hutis do Iémen

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