Nesta gravação, com mais de quatro minutos, aparece um homem deitado, com a cabeça e o braço esquerdo cobertos por ligaduras manchadas de castanho.
Falando hebraico com sotaque russo, o homem apresenta-se como "o prisioneiro número 24" e dá a entender que foi ferido num bombardeamento israelita.
A agência de notícias AFP, tal como a maioria dos meios de comunicação social israelitas, identificou o refém como sendo Maxim Herkin, que completará 37 anos no final do mês. Neste momento, segundo indicou a AFP, não há forma de verificar o estado de saúde do homem.
A família do refém emitiu um comunicado a pedir aos meios de comunicação social para não divulgarem o vídeo do Hamas.
Falando sob coação, como todos os reféns que surgem nos vídeos das Brigadas Ezzeldin al-Qassam ou de outros grupos armados palestinianos, o refém faz referência ao facto de Israel estar prestes a celebrar o aniversário da sua independência, sugerindo que o vídeo foi gravado pouco antes de 01 de maio --- data em que o Estado hebraico assinalou, segundo o calendário judaico, o 77.º aniversário da sua criação, a 15 de maio de 1948, relatou ainda a AFP que teve acesso ao vídeo.
Originário da Ucrânia, mas identificado como russo-israelita, Maxim Herkin tinha emigrado para Israel com a mãe. Foi raptado pelo Hamas a 07 de outubro de 2023, no festival de música Nova, um dos locais dos ataques perpetrados pelos combatentes do grupo radical palestiniano que desencadearam a guerra em curso na Faixa de Gaza.
Pai de uma menina, Herkin tinha comunicado com a mãe pouco antes do rapto: "Está tudo bem. Estou a caminho de casa".
O homem já tinha aparecido num vídeo divulgado pelas Brigadas al-Qassam em 05 de abril, juntamente com outro refém, com um pequeno penso no pulso direito e um curativo na bochecha e na orelha.
Após dois meses de tréguas com o Hamas em Gaza, e várias semanas de negociações fracassadas para as prolongar, Israel retomou os bombardeamentos aéreos e operações terrestres a 18 de março.
O Governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu afirmou que a pressão militar é o único meio de forçar o Hamas a libertar os reféns que ainda detém.
O ataque de 07 de outubro provocou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo contas da AFP com base em dados oficiais.
Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 58 continuam retidas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo exército israelita. O Hamas também retém o corpo de um soldado israelita morto numa guerra anterior em Gaza, em 2014.
Desde o fim da trégua, o Hamas publicou vários vídeos de reféns. Estas novas imagens surgem numa altura em que as negociações indiretas entre o Hamas e Israel, com mediação do Qatar e do Egito, para a libertação dos reféns e um cessar-fogo em Gaza, continuam sem progressos.
A reação militar de Israel ao ataque de 07 de outubro provocou pelo menos 52.495 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do enclave palestiniano, tutelado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
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