"O dia de hoje marca dois meses de cerco contra o povo de Gaza", assinalou a agência conhecida pela sigla em inglês UNRWA, cujo comissário-geral, Philippe Lazzarini, apelou a Israel para "levantar o cerco".
Lazzarini escreveu nas redes sociais que o cerco é "contra as crianças, as mulheres, os idosos e os homens civis", segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
"São coletivamente punidos por terem nascido e viverem em Gaza, algo que não depende deles", lamentou.
O chefe da UNRWA disse que Israel tem de levantar o cerco e permitir a entrada de fornecimentos básicos.
Advertiu que "a cada dia que passa, o cerco mata silenciosamente mais crianças e mulheres, para além das que são mortas pelos bombardeamentos israelitas" no enclave.
Gaza é alvo de uma ofensiva israelita desde o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, 59 dos quais continuam em cativeiro.
A retaliação israelita provocou mais de 52.400 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do território governado desde 2007 pelo Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
"É tempo de mostrar que não perdemos totalmente a nossa humanidade", disse Lazzarini, que defendeu também que os reféns israelitas ainda detidos em Gaza "devem ser libertados".
Numa outra mensagem sobre os dois meses de bloqueio israelita, a agência da ONU disse que as provisões alimentares estão a escassear e que a ajuda continua bloqueada fora de Gaza, pronta a ser transportada.
"A UNRWA e os seus parceiros têm ajuda vital à espera nas fronteiras", reiterou, defendendo que os pontos de passagem devem reabrir.
"A população de Gaza não pode esperar mais", acrescentou.
As autoridades israelitas bloquearam a entrada de ajuda na Faixa de Gaza em 02 de março e romperam o cessar-fogo de janeiro com o Hamas em 18 de março, quando reativaram a ofensiva militar contra o enclave.
Desde então, os bombardeamentos causaram mais de 2.300 mortos e 6.000 feridos, segundo as autoridades do Hamas.
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