O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Esmaïl Baghaï, "considerou a política dos Estados Unidos de impor sanções contra [o Irão] como um sinal claro da abordagem hostil" dos norte-americanos.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou novas medidas financeiras na terça-feira, particularmente contra empresas e indivíduos do setor energético iraniano.
O Tesouro dos EUA acusou empresas iranianas visadas pelas novas sanções de "financiar programas nucleares e de armas convencionais avançadas do Irão", assim como grupos pró-iranianos como o movimento xiita libanês Hezbollah, os rebeldes iemenitas Huthis e o grupo islamita palestiniano Hamas.
A imposição de sanções "está em clara contradição com a afirmação dos Estados Unidos de estarem abertos a negociações e indica falta de boa vontade e seriedade" por parte dos norte-americanos, acrescentou Baghaï.
O Irão e os Estados Unidos devem reunir-se em Omã no sábado para uma nova ronda de negociações sobre a questão nuclear iraniana, num encontro em que estarão presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, e o enviado norte-americano para o Médio Oriente, Steve Witkoff.
O Presidente norte-americano, o republicano Donald Trump, reiterou as ameaças militares contra o Irão na quinta-feira, ao afirmar que não exclui um plano israelita para destruir as instalações nucleares iranianas, caso não haja acordo.
Após o seu regresso à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, em janeiro, o republicano retomou a política de "pressão máxima" contra o Irão, com pelo menos seis rondas de sanções para impedir a venda de petróleo iraniano.
Durante o primeiro mandato de Trump na Presidência (2017-2021), os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear de 2015, assinado entre o Irão e seis potências ocidentais, que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções.
Desde então, o Irão tem vindo a enriquecer urânio muito para além dos limites previstos nesse acordo e possui agora 8.294 quilogramas, 274 dos quais com 60% de pureza.
Os iranianos defendem o seu direito à energia nuclear para fins civis e negam que pretendam desenvolver armas nucleares, algo de que o Ocidente tem fortes suspeitas.
O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas oficiais desde 1980.
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