EUA aplicam sanções a 4 entidades que comercializam petróleo iraniano

Os Estados Unidos aplicaram quinta-feira sanções a quatro entidades envolvidas no comércio de petróleo iraniano, incluindo entidades na China alegadamente usadas para contornar sanções norte-americanas.

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Lusa
11/04/2025 00:08 ‧ 11/04/2025 por Lusa

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Petróleo

As sanções, refere o Departamento de Estado norte-americano em comunicado, são aplicadas "no âmbito da campanha de pressão máxima do presidente [Donald] Trump sobre o Irão para conter o fluxo de receitas que o regime utiliza para apoiar as suas actividades malignas no estrangeiro e oprimir o seu próprio povo".

 

"O regime iraniano continua a envolver-se em atividades desestabilizadoras no Médio Oriente e noutros locais", frisa.

Entre as entidades sancionadas está um segundo terminal de armazenamento de petróleo bruto e produtos petrolíferos sediado na China "que demonstrou violar as sanções dos Estados Unidos ao Irão", comprando petróleo bruto iraniano pelo menos nove vezes entre 2021 e 2025, incluindo a navios sancionados, totalizando a importação de pelo menos 13 milhões de barris de petróleo bruto iraniano.

Este terminal, prossegue o Departamento de Estado, está diretamente ligado a um grande complexo refinador na China, "demonstrando o papel que as refinarias chinesas continuam a desempenhar na compra, aquisição e processamento do petróleo bruto iraniano".

"Este comportamento continua a permitir ao Irão financiar as suas escaladas nucleares, apoiar grupos terroristas e perturbar o fluxo de comércio e da liberdade de navegação em vias navegáveis que são cruciais para a prosperidade global e o crescimento económico", adianta.

A Guangsha Zhoushan Energy Group co., Ltd., detalha, detém e opera um terminal de petróleo bruto e produtos petrolíferos na ilha chinesa Huangzeshan, em Zhoushan, que está ligado diretamente através do oleoduto submarino Huangzeshan--Yushan a uma refinaria nas proximidades.

Este terminal terá sido usado para um petroleiro sancionado por Washington descarregar aproximadamente 2 milhões de barris de petróleo bruto iraniano, entre diversas outras ocasiões.

Também incluídos nas sanções estão três armadores pelo seu envolvimento no transporte de petróleo iraniano.

"As exportações de petróleo do Irão são possibilitadas por uma rede de facilitadores de transporte ilícito em diversas jurisdições que, através da ofuscação e do engano, carregam e transportam petróleo iraniano para venda a compradores na Ásia", afirma o Departamento de Estado.

"Estas empresas de gestão de embarcações e os seus petroleiros associados transportaram coletivamente milhões de barris de petróleo bruto e produtos petrolíferos iranianos, sendo a grande maioria das cargas entregues a compradores na China", refere o departamento liderado por Marco Rubio.

Além disso, prossegue, estas embarcações têm-se envolvido rotineiramente em "atividades obscuras", operando com os seus sistemas de localização e identificação automática (AIS) desligados, para ocultar a origem iraniana das cargas dos navios, e criando um risco direto para outras embarcações, pois o AIS é um sistema essencial utilizado para evitar colisões de embarcações.

Também envolvida neste tipo de atividade, segundo a mesma fonte, estão a Marziya Shipping e a Valiant Marine Ventures.

Todos os ativos das entidades designadas que estejam nos Estados Unidos ou na posse ou controlo de pessoas norte-americanas são agora bloqueados e devem ser comunicados ao Departamento do Tesouro, sendo proibidas transações com as mesmas.

O anúncio do Departamento de Estado surge quando estão agendadas para sábado em Omã, conversações sobre o programa nuclear iraniano com a participação do enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.

Em março, o presidente norte-americano, Donald Trump, enviou uma carta ao Irão a solicitar negociações para substituir o anterior acordo internacional, caducado desde que Washington se retirou em 2018.

Mas também ameaçou bombardear o Irão se a diplomacia falhasse.

Hoje, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, insistiu que as negociações com o Irão em Omã serão diretas, apesar das alegações de Teerão de que haverá intermediários, e manifestou esperança de que este encontro leve à paz.

Leia Também: Petróleo Brent cai mais 3,5% para cerca de 60 dólares por barril

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