Segundo a agência de notícias estatal Mena, que cita testemunhas, na primeira hora do dia registaram-se choques entre manifestantes e vendedores ambulantes armados na praça.
A edição electrónica do diário Al Ahram, por sua vez, indica que desconhecidos agrediram os manifestantes.
De acordo com a agência de notícias egípcia, citada pela espanhola Efe, as vítimas sofreram ferimentos de balas em diferentes partes do corpo.
Os acessos à praça foram encerrados por voluntários dos comités populares que se encarregaram da vigilância da praça Tahrir perante a ausência total da polícia.
A divisão continua no Egito entre apoiantes e opositores do presidente, com a praça Tahrir a ser cenário de várias manifestações a favor e contra Morsi nos últimos dias, enquanto o país atravessa uma grave crise política.
Na segunda-feira, o Presidente egípcio, Mohamed Morsi, anulou aumentos de impostos sobre produtos básicos e de grande consumo algumas horas depois os ter decidido.
Hoje está previsto que os opositores se manifestem na praça contra o referendo sobre a nova Constituição, agendado para o próximo sábado, e muito criticado pela oposição liberal e de esquerda, e ainda pelos meios laicos e as igrejas cristãs.
A oposição considera que o texto abre o caminho para uma extensão da aplicação da sharia (lei islâmica), e oferece poucas garantias para as liberdades.
Uma coligação de 23 associações egípcias de defesa dos direitos humanos sublinhou ainda que "o projecto de Constituição pós-revolucionário não inclui qualquer referência aos tratados e convenções de salvaguarda dos direitos humanos ratificados pelo Egipto, o que reflecte o desprezo da comissão constituinte por esses textos".
O Presidente norte-americano Barack Obama e a União Europeia já manifestaram a sua preocupação face à situação no Egipto, e apelaram ao país para prosseguir a democratização iniciada com a queda do regime autocrático de Mubarak.