"A União Europeia (UE) apoia o direito da população de Gaza a manifestar-se pacificamente pela perspetiva de um futuro melhor. Já declarámos que o Hamas não pode desempenhar qualquer papel no futuro da governação em Gaza, isso é evidente", disse o porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros, Anouar el-Anouni, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
O porta-voz declarou que tanto palestinianos como israelitas "sofreram imenso" no último ano e meio, exortando os intervenientes no conflito -- Israel e o Hamas - a "quebrarem o ciclo de violência" e regressarem às negociações.
Milhares de palestinianos manifestaram-se na quarta-feira, pelo segundo dia consecutivo, em diferentes pontos da Faixa de Gaza, em protestos sem precedentes contra o regime do Hamas e pelo fim dos ataques israelitas, que já provocaram mais de 50.000 mortos.
"Basta, queremos o Hamas fora!", "Parem a guerra!", "Queremos as nossas vidas de volta!" ou "Queremos a nossa liberdade!" foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes, que protestaram em pelo menos dois pontos do norte do enclave, Beit Lahia e no bairro de Shujaiya, na cidade de Gaza, segundo relataram as agências internacionais.
Estas manifestações são as primeiras em massa desde o início da guerra de Israel contra o Hamas, que governa "de facto" o enclave palestiniano desde 2007 num ambiente de repressão, e contra a guerra, o bloqueio israelita à ajuda humanitária e a pobreza crescente.
As declarações do bloco europeu surgem depois de Israel ter rompido unilateralmente, na semana passada, o cessar-fogo que vigorava desde janeiro e de ter bloqueado o acesso de camiões com assistência humanitária ao enclave palestiniano.
A ofensiva contra Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
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