O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deverá visitar a Hungria nas próximas semanas, apesar de ser alvo de um mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
A garantia foi dada pelo gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. Em conferência de imprensa, em Budapeste, o porta-voz, Gergely Gulyás, adiantou que Netanyahu deverá visitar a Hungria antes da Páscoa, que este ano se assinala a 20 de abril.
Em novembro, recorda a agência de notícias The Associated Press (AP), Orbán já tinha anunciado que iria convidar Netanyahu a visitar a Hungria para contestar o mandado de detenção do TPI.
"Não temos outra escolha senão desafiar esta decisão", afirmou, na altura, considerando tratar-se de uma "decisão desavergonhada, disfarçada para fins jurídicos" que conduz a "um descrédito do direito internacional".
Após mais de um ano de conflito em Gaza, o TPI emitiu, no final de novembro de 2024, mandados de captura contra Benjamin Netanyahu, o antigo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
Em comunicado, o TPI explicou que os mandados de captura contra Netanyahu e Gallant são "por crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos pelo menos desde 8 de outubro de 2023 e até pelo menos 20 de maio de 2024".
Sublinhe-se que a Hungria assinou o Estatuto de Roma, um tratado internacional que criou o TPI em 1999, e ratificou-o dois anos mais tarde, durante o primeiro mandato de Viktor Orban. Mas não validou a convenção associada, por razões de constitucionalidade, e, por isso, alega que não é obrigada a cumprir as decisões do tribunal sediado em Haia.
Em março de 2023, a Hungria também afirmou que não entregaria o presidente russo, Vladimir Putin, ao TPI se este visitasse o país.
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