Andri Yermak e o general Kellogg reuniram-se à margem da Conferência de Segurança de Munique, no primeiro encontro entre ucranianos e representantes da nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump.
"Os russos só respeitam a força. (...) Qualquer acordo sem uma forte coerção em relação à Rússia não funcionará", afirmou Yermak nas redes sociais, citado pela agência espanhola Europa Press.
A reunião centrou-se principalmente na cooperação entre Washington e Kyiv para alcançar uma "paz justa e duradoura", disse o representante ucraniano.
Yermak alertou que a pressão pela força deve estar presente em todos os momentos das negociações porque "o controlo sobre a Ucrânia continua a ser a base das ambições imperiais do Kremlin", referindo-se à presidência russa.
Defendeu ser um dever comum fazer com que a Rússia "pague o preço real por tudo o que fez" contra a Ucrânia.
"Esta é uma questão de segurança não só para o nosso país, mas para toda a Europa e para o mundo", afirmou, repetindo uma ideia repetida pelas autoridades de Kyiv ao longo do conflito, numa tentativa de justificar as suas exigências.
"Ajudar a Ucrânia agora é muito mais barato do que confrontar a Rússia mais tarde", afirmou.
Yermak informou que foram discutidos os preparativos para futuros encontros entre as autoridades dos dois países, incluindo uma visita de Kellogg à Ucrânia, agradecendo-lhe o interesse da Administração Trump em pôr fim a este conflito.
Em declarações à agência Ukrinform, Yermak disse que espera Kellogg na Ucrânia "muito em breve".
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, também participa na conferência e tem na agenda de hoje uma reunião com o vice-presidente norte-americano, JD Vance.
Uma fonte oficial ucraniana disse à publicação Kyiv Independent que a reunião entre Zelensky e Vance foi adiada por algumas horas.
A parte norte-americana solicitou o adiamento para estudar a reação ucraniana ao acordo proposto por Washington a Kyiv na quarta-feira.
A proposta prevê, em termos gerais, que os Estados Unidos tirem partido dos recursos minerais da Ucrânia e de outras oportunidades de negócio em troca de um apoio contínuo ao país invadido pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As reuniões entre ucranianos e norte-americanos fazem parte da ronda de contactos com ambas as partes iniciada por Trump para conseguir um cessar-fogo e levar os dois lados à mesa de negociações para encontrar uma saída consensual para a guerra.
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