As declarações do xeque Ahmed al-Tayeb surgem um dia depois de os chefes da diplomacia dos países árabes se terem reunido no Cairo e se terem comprometido a enfrentar juntos, militarmente e politicamente", a ameaça do Estado Islâmico, que controla vastas zonas na Síria e no Iraque, onde pretende instaurar um "califado islâmico".
"Esses criminosos têm conseguido transmitir ao mundo uma imagem manchada e alarmante do islão e dos muçulmanos", criticou o xeque sunita.
"Esses grupos terroristas fundamentalistas, sejam quais forem os seus nomes e tenham os apoios que tiverem, são criações coloniais que servem o sionismo e a sua conspiração para destruir o mundo árabe", observou.
Na sequência da progressão do Estado Islâmico no Norte do Iraque, que já causou milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados e refugiados, os Estados Unidos desencadearam, a 8 de agosto, uma operação com raides aéreos contra as posições do grupo, num apoio às forças curdas e federais, de predominância xiita.
Na sequência da posterior decapitação em duas semanas pelo Estado Islâmico de dois jornalistas norte-americanos raptados na Síria -- James Foley e Steven Sotloff --, e a ameaça de executar um refém britânico devido ao início dos ataques aéreos ocidentais, diversos responsáveis internacionais sublinharam a determinação em erradicar este grupo, acusado de violações, execuções, sequestros e perseguições.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou no domingo que vai apresentar um "plano de ação" para derrubar o Estado Islâmico, mas adiantou que esse projeto não incluirá o envio de tropas para a região.