Segundo a FINUL, os disparos de que foi alvo partiram de "duas ou três [origens] desconhecidas e aconteceram depois de a patrulha ter detetado um depósito de munições perto de uma estrada na cidade de Qallawiyah, no sudeste do Líbano.
Em comunicado, a missão da ONU indicou ter informado o exército libanês da descoberta do armazém, tendo depois continuado "o percurso planeado" para retirar os escombros acumulados na estrada, pelo que tiveram de sair dos seus veículos.
"Quando regressaram aos seus veículos, duas ou três pessoas desconhecidas dispararam aproximadamente 30 tiros na sua direção", contaram os 'capacetes azuis' no comunicado, acrescentando que os soldados da paz responderam aos tiros a partir dos seus veículos e fugiram para um local seguro.
"Ninguém ficou ferido e os veículos não ficaram danificados", garantiram.
A missão de paz da ONU referiu ainda que "não ficou claro se a descoberta do depósito de armas e o ataque estão diretamente relacionados", razão pela qual a FINUL decidiu abrir uma investigação.
"As forças de manutenção da paz nunca podem ser alvos. Disparar contra os seus membros é uma violação flagrante do direito internacional e da resolução 1701", afirmou a missão da ONU, referindo-se à resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que, em 2006, pôs fim à breve guerra travada entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel.
A missão das Nações Unidas referiu também que pediu às autoridades libanesas "para realizarem uma investigação completa a este incidente e levarem os responsáveis à Justiça", sem apontar nenhuma das partes em conflito há mais de um ano.
"Apesar destes e de outros desafios, as forças de manutenção da paz permanecem em todas as posições e continuarão a monitorizar e a elaborar relatórios de forma imparcial sobre as violações da resolução 1701", afirmou a FINUL.
Várias tropas da missão foram feridas em ataques realizados sobretudo por Israel contra as suas posições no sul do Líbano, algo que a FINUL tem denunciado repetidamente depois de lembrar às partes as suas obrigações ao abrigo do direito internacional.
O incidente de hoje aconteceu pouco depois da visita ao sul do Líbano do chefe do departamento de Operações de Paz das Nações Unidas, Jean-Pierre Lacroix, que se reuniu com as tropas ali estacionadas, bem como com altos responsáveis do Governo e do exército libaneses.
Desde que Israel iniciou a invasão do sul do Líbano, nas primeiras horas do passado 01 de outubro, as autoridades israelitas têm apelado repetidamente à FINUL para abandonar a região.
A missão das Nações Unidas, porém, recusou-se, alegando que se encontra no terreno por mandato do Conselho de Segurança da ONU, apesar dos múltiplos ataques do exército israelita contra as suas posições.
Leia Também: Ataque israelita no Líbano mata seis pessoas incluindo quatro paramédicos