Chamam-lhe ‘turismo do suicídio’ devido ao facto de a legislação da Suíça ‘facilitar’ o suicídio assistido. Entre 2008 e 2012, o número de estrangeiros que se dirigem àquele país com esta intenção continuou a subir, conta o Público.
Os dados foram recolhidos por quatro investigadores, entre os quais se incluem dois do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Zurique, e compilados num artigo publicado no Journal of Medical Ethics, intitulado: ‘Turismo do suicídio: estudo piloto sobre o fenómeno suíço’.
A introdução refere que ao contrário da legislação restritiva sobre esta questão noutros países, na Suíça a legislação não é tão clara, o que levou a um aumento do fluxo de estrangeiros que se deslocam ao país com a intenção de uma morte medicamente assistida.
Entre 2008 e 2012, 611 pessoas, de 31 países diferentes, onde se incluem três portugueses, aterraram em Zurique com o objetivo de pôr termo à vida, pormenoriza o Público. A maioria destes pacientes são mulheres (quase seis em cada dez, isto é, 58,3%) e, de 2009 para 2012, o número de estrangeiros nestas circunstâncias terá duplicado.
As doenças neurológicas são as mais comuns na origem de quem opta por esta forma de pôr um fim à vida. Frequentemente, o método aplicado implica uma dose de pentobarbital de sódio, uma substância que mata em minutos. O processo de análise e preparação do doente, no entanto, pode levar meses.
Recorde-se que em Portugal, tal como acontece na maioria doa países, tanto a eutanásia (em que alguém administra a um doente, a seu pedido, uma dose letal de fármacos) como o suicídio assistido (em que é o próprio doente, acompanhado por um técnico, a dar início ao processo) não estão legalizados.