"<span class="news_bold">O primeiro mandato de Donald Trump como Presidente marcou o início de políticas e ações marcadas pela intolerância, xenofobia e retórica da supremacia branca, e levou a extensas violações dos direitos humanos", afirmou Paul O'Brien, diretor-executivo da Amnistia Internacional nos EUA, num comunicado que a organização hoje divulgou.
Perante um segundo mandato do republicano na Casa Branca, O'Brien pede que Trump se comporte de forma diferente, prometendo que a Amnistia Internacional "continuará a lutar para que os direitos humanos de todos sejam respeitados".
"Proteger os direitos humanos nos Estados Unidos significa acabar com a violência armada e garantir cuidados de saúde adequados para todos, incluindo o aborto; e significa respeitar os direitos dos manifestantes, bem como dos migrantes e requerentes de asilo", referiu o representante na mesma nota informativa.
Paul O'Brien mostrou-se preocupado com a possibilidade de a futura administração de Trump obstruir o respeito pelos direitos civis, pedindo a "todos os funcionários eleitos para cumprirem as suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos".
"O mundo está a observar e a Amnistia irá responsabilizar o Presidente eleito Trump e o Governo dos EUA pelas suas obrigações", disse o representante.
A Amnistia Internacional lembrou ainda que, durante a campanha eleitoral, o candidato republicano "defendeu o acesso restrito ao aborto", ameaçando com "punições severas" quem não respeitar essas restrições.
No entanto, a organização não-governamental (ONG) deixa também um recado ao Presidente democrata cessante, Joe Biden, a quem pede para "tomar medidas urgentes em matéria de direitos humanos nas últimas semanas" do seu mandato, "antes que o seu legado seja selado".
Para a ONG, Biden deve "comutar as sentenças de morte de todas as pessoas no corredor da morte federal", bem como estabelecer uma comissão para examinar "reparações pela escravatura, a rescisão da proibição de asilo e o encerramento de fronteiras".
Donald Trump, 78 anos, reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de terça-feira, embora os resultados finais ainda não tenham sido confirmados.
Quando ainda decorre o apuramento dos resultados, e segundo as projeções conhecidas, o republicano já ultrapassou os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para regressar à Casa Branca (presidência dos EUA).
Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado (câmara alta do Congresso) ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes (câmara baixa) segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.
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