Pelo menos 19 mortos em confrontos entre camponeses e pastores no Chade

Pelo menos 19 pessoas morreram este sábado nos confrontos entre pastores e comunidades camponesas no centro-sul do Chade, confirmaram as autoridades à agência EFE, numa altura em que a escassez de recursos continua a agravar as tensões no país.

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Lusa
12/10/2024 13:35 ‧ 12/10/2024 por Lusa

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Os confrontos ocorreram por volta das 05h00, no horário local (04h00 em Lisboa), no município de Mangalmé, na província de Guéra, após a descoberta do corpo de um pastor, embora as causas da sua morte não tenham sido esclarecidas.

 

"Insatisfeitos, os pastores organizaram-se para atacar os habitantes de Mangalmé. Os confrontos duraram três horas e fizeram 19 mortos, dos quais sete eram pastores e doze moradores", disse à EFE, por telefone, o sultão [como é chamado o líder tradicional] da localidade de Mangalmé, Mahamat Douga.

As autoridades locais confirmaram também os factos à agência de notícia espanhola EFE, apelando ao diálogo para que seja resolvida esta escalada das tensões.

"Neste momento, a polícia conseguiu restabelecer a calma. Houve prisões e a justiça vai encarregar-se disso. Mas apelamos às diferentes partes que se acalmem e nós iremos trabalhar para as conciliar", disse à EFE o autarca adjunto de Mangalmé, Adoum Mouktar.

"Esta violência tem de acabar. "Isto não ajuda nenhuma das comunidades", acrescentou Mouktar.

O Chade é um dos maiores produtores pecuários de África e tem quase 94 milhões de cabeças de gado, mas o método de criação é tradicional, extensivo, caracterizando-se pela mobilidade dos animais em busca de pontos de água e pastagens.

Estes recursos estão a diminuir em quantidade e qualidade devido aos efeitos da crise climática, entre outros fatores.

Nos últimos anos, a forte pressão sobre os recursos deteriorou as relações entre os pastores muçulmanos nómadas e os agricultores nativos sedentários, na sua maioria cristãos ou animistas, com confrontos frequentes no sul do Chade e noutras áreas férteis do país.

Os camponeses acusam os pastores de saquearem os seus campos, pastoreando os seus animais ou mesmo estabelecendo-se em terras que consideram suas.

Leia Também: Inundações no Chade fizeram 576 mortos. Governo apela à mobilização geral

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