"Trazer de volta o respeito". Itália vai chumbar alunos mal comportados
A política de "notas por comportamento" assemelha-se a uma medida introduzida pela primeira vez pelo governo fascista de Benito Mussolini, em 1924.
© Stefano Guidi/Getty Images
Mundo Itália
O ministro da Educação de Itália, Giuseppe Valditara, anunciou, na quarta-feira, que o parlamento aprovou uma lei que permite chumbar os alunos mal comportados, o que "representa um passo fundamental para a construção de um sistema escolar que responsabiliza as crianças e devolve a autoridade aos professores".
"A lei aprovada pelo parlamento representa um passo fundamental para a construção de um sistema escolar que responsabiliza as crianças e devolve a autoridade aos professores", destacou o ministro, citado pela agência de notícias italiana Agenzia Nova.
Segundo Valditara, "o comportamento dos alunos será tido em conta na avaliação global do seu percurso escolar e na admissão aos exames nacionais".
E garantiu: "O sistema de suspensão vai mudar, haverá mais escola e não menos escola para os alunos que violarem as regras de convivência civil. Para os casos mais graves, haverá emprego em atividades de cidadania solidária".
"O nosso objetivo é apoiar o trabalho quotidiano dos professores e de todo o pessoal escolar para que os jovens conheçam não só os seus direitos, mas também os deveres que decorrem da pertença a uma comunidade, a começar pelo dever de respeito pelos outros", acrescentou.
Também a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, comentou que a medida iria "trazer de volta o respeito" às escolas.
Além dos chumbos, foram ainda introduzidas multas entre 500 e 10 mil euros para atos de agressão ou violência contra funcionários escolares.
A política de "notas por comportamento" assemelha-se a uma medida introduzida pela primeira vez pelo governo fascista de Benito Mussolini, em 1924, recorda o jornal The Guardian. A medida manteve-se em vigor até meados da década de 1970, antes de ser abolida nas escolas primárias e secundárias após protestos dos estudantes.
No entanto, sofreu alterações ao longo dos anos até ser eliminada em todas as escolas em 2000.
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