Ucrânia insta vizinhos da NATO a abaterem mísseis e drones russos
A Ucrânia instou hoje os aliados vizinhos da NATO a abaterem mísseis e 'drones' russos que visam alvos nas regiões ocidentais do país, alertando que os ataques de Moscovo estão a aproximar-se das fronteiras com a Aliança Atlântica.
© REUTERS
Mundo Ucrânia
"Os russos (...) atacam cada vez mais instalações perto da fronteira da NATO", declarou o chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sybiga, apelando para uma "resposta comum, firme e decisiva".
Abater estes projéteis "seria um passo digno e correto", acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, que hoje se avistou em Kiev com os homólogos dos Estados Unidos, Antony Blinken, e do Reino Unido, David Lammy.
Vários países vizinhos da Ucrânia e que são membros da NATO -- casos da Polónia, Letónia e Roménia -- já registaram violações do seu espaço aéreo por dispositivos russos.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski, defendeu que Varsóvia deveria ter o direito de abater mísseis e 'drones' russos que visam a Ucrânia antes de entrarem no espaço aéreo polaco.
Em conferência de imprensa com os governantes norte-americano e britânico, Andrii Sybiga afirmou hoje que também "é importante levantar quaisquer restrições ao uso de armas americanas e britânicas contra alvos militares legítimos na Rússia".
A reste respeito, Blinken indicou que levaria este assunto ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, quando regressar a Washington.
"Ajustámos e adaptámos à medida que as necessidades mudaram, à medida que o campo de batalha mudou. E não tenho dúvidas de que continuaremos a fazê-lo à medida que isso evolui", afirmou Blinken.
Na sexta-feira, Biden tem um encontro previsto com primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Casa Branca.
Durante a visita conjunta à capital ucraniana, Blinken e Lamy anunciaram hoje novos pacotes de ajuda a Kiev, que somados atingem acima de 1,3 mil milhões de euros.
O apoio de Washington está avaliado em mais de 700 milhões de dólares (635 mil milhões de euros) em ajuda humanitária, dos quais cerca de metade serão destinados ao reforço da rede energética ucraniana, que a Rússia tem visado persistentemente.
Blinken recordou que, além dos Estados Unidos e do Reino Unido, país que anunciou hoje uma nova ajuda de mais de 600 milhões de libras (710 milhões de euros) à Ucrânia, cinquenta países disponibilizaram mais de 100 mil milhões de dólares (89 mil milhões de euros) em ajuda à Ucrânia desde fevereiro de 2022.
Na mesma conferência de imprensa, o britânico David Lammy anunciou também que o Reino Unido vai entregar centenas de mísseis antiaéreos adicionais à Ucrânia em 2024 para se defender dos ataques russos.
"Enviaremos centenas de mísseis de defesa aérea adicionais, dezenas de milhares de munições de artilharia adicionais e mais veículos blindados para a Ucrânia até ao final do ano", disse Lammy, que anteriormente tinha deixado a garantia de que Londres está a reservar três mil milhões de libras (3,5 mil milhões de euros) por ano para ajudar Kiev.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na região russa de Kursk.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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