Polícia guineense impede aglomerações para receber ex-PM Nuno Nabiam
A polícia guineense impediu hoje aglomerações de militantes de duas forças políticas que se preparavam para receber, no aeroporto de Bissau, o ex-primeiro-ministro, Nuno Nabiam, que chegava de Lisboa, denunciaram esses partidos.
© Lusa
Mundo Guiné
Fernando Dias, líder do Partido da Renovação Social (PRS), que forma a "Aliança Kumba Lanta" com a Assembleia do Povo Unido -- Partido Social Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) afirmou, em conferência de imprensa, que a polícia deteve, pelo menos, cinco militantes dos dois partidos.
O dirigente partidário disse que alguns foram detidos dentro das sedes do partido, em Bissau e outros no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, onde aguardavam pela chegada do líder da APU-PDGB, Nuno Nabiam.
O secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo Monteiro, avisou, na segunda-feira, que não seriam permitidas aglomerações de pessoas no aeroporto nem na berma de estradas para a receção de Nabiam, porque "o país não está em pré-campanha eleitoral".
Mesmo com a informação de José Carlos Monteiro, o secretário-geral da APU-PDGB, Agostinho da Costa prometeu, na quinta-feira, que os partidos da "Aliança Kumba Lanta" iam levar os militantes para o aeroporto para a receção a Nabiam, o que acabou por não acontecer hoje.
A Lusa constatou que logo às primeiras horas de hoje, as ruas de Bissau que dão acesso ao aeroporto, os cruzamentos de bairros periféricos e o próprio aeroporto estavam ocupados por policias armados.
"O Governo colocou militares em todas as zonas de acesso ao aeroporto aqui em Bissau. No interior, colocaram militares em Binar, Bula e em Safim para impedir que os nossos militantes pudessem viajar para Bissau", observou Agostinho da Costa, referindo-se às zonas onde a APU-PDGB tem muitos apoiantes.
O secretário-geral do partido de Nuno Nabiam adiantou que o Governo "até colocou militares diante" da sua residência em Bissau na "tentativa de intimidação" a sua pessoa.
Agostinho da Costa e Fernando Dias chamam a atenção da comunidade internacional para o que consideram de "ditadura" e alertam para que ninguém venha depois falar se um dia começarem a defender-se.
"Nós não queremos a violência no país, mas também não podemos tolerar abusos. Exigimos a libertação imediata e incondicional dos militantes da 'Aliança Kumba Lanta' detidos pela polícia", exortou o líder do PRS.
Regressado ao país, após um périplo a vários países da Europa, o ex-primeiro-ministro guineense, Nuno Nabiam prometeu reagir à situação, depois de consultas com outros líderes partidários, informou o secretário-geral da APU-PDGB.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, marcou para o dia 24 de novembro próximo a realização de eleições legislativas antecipadas, embora os principais partidos do país estejam a defender a convocação de eleições presidenciais ainda este ano.
Alegam que o mandato do Presidente termina a 27 de fevereiro próximo, pelo que o novo chefe de Estado deve ser eleito ainda em 2024.
Umaro Sissoco Embalo tem defendido que as próximas presidenciais só deverão ter lugar em novembro de 2025.
Braima Camará, líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) revelou, na terça-feira, 27, ter informações de que o Presidente "quer adiar as eleições legislativas" e convocar eleições simultâneas em novembro do próximo ano.
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