Negociações de cessar-fogo arrancam na Suíça sem Exército sudanês
As negociações para um cessar-fogo no Sudão, em que participam as Forças de Apoio Rápido (RSF), começaram hoje na Suíça, mas sem a presença do Exército sudanês, que acusa os Estados Unidos de não cumprir os termos acordados.
© Getty Images
Mundo Sudão
Os EUA, a Suíça, a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a União Africana e as Nações Unidas afirmaram, numa declaração conjunta, que estavam a trabalhar "arduamente na Suíça, no primeiro dia de intensos esforços diplomáticos".
O objetivo é que o Sudão "apoie o acesso humanitário, a cessação das hostilidades e o cumprimento" dos resultados alcançados em Jeddah, de acordo com a declaração conjunta publicada pelo enviado especial dos EUA para o Sudão, Tom Perriello, na rede social X.
Perriello disse anteriormente que as partes beligerantes no Sudão "devem respeitar o direito internacional e permitir a assistência humanitária".
"É altura de silenciar as armas", acrescentou.
O Governo sudanês afirmou, em comunicado, que houve "falta de empenhamento" por parte da delegação norte-americana para "pressionar as milícias rebeldes a cumprir a implementação da declaração de Jeddah", referindo-se às RSF.
Uma outra razão invocada para não enviar um representante a Genebra foi a insistência de Washington para que os Emirados Árabes Unidos participassem como observadores, uma vez que o Exército sudanês acusou o país de ser um dos patrocinadores das RSF.
Por sua vez, o líder das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por 'Hemedti', aceitou o convite dos EUA no final de julho para participar numa nova ronda de conversações, depois de as rondas anteriores terem falhado na cidade saudita de Jeddah.
A guerra eclodiu em 15 de abril de 2023 devido a fortes divergências sobre o processo de integração do grupo paramilitar - agora declarado organização terrorista - nas forças armadas, situação que levou ao descarrilamento definitivo da transição iniciada em 2019 após o derrube do regime de Omar Hassan al-Bashir.
O conflito sudanês já causou entre 30 mil e 150 mil mortos, segundo diferentes estimativas, e é a maior crise de deslocados do planeta.
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