Os Huthis não reivindicaram no imediato os ataques, apesar de promoverem desde há meses uma campanha dirigida a navios que atravessam o estratégico Estreito de Bab el-Mandeb que liga o Golfo de Aden ao Mar Vermelho, no âmbito do atual conflito Israel-Hamas na Faixa de Gaza.
Os ataques dos Huthis têm desencadeado uma acentuada queda do comércio marítimo nesta zona vital, e justificaram o envolvimento da Marinha dos Estados Unidos, mas também do Reino Unido, em manobras de retaliação.
Após uma recente pausa de duas semanas, os ataques recomeçaram na sequência do assassinato do líder político do Hamas Ismail Haniyeh em Teerão, suscitando receios sobre uma guerra regional.
Os Huthis integram o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.
"As operações estão em curso, as nossas operações em apoio à Palestina e destinadas a atingir o inimigo israelita, as nossas operações no mar, a inevitável resposta futura, bem como a coordenação com o eixo em qualquer operação conjunta", avisou, na quinta-feira, durante um discurso o líder dos Huthis, Abdelmalek al-Huthi.
"A decisão de responder é uma decisão coletiva, ao nível de todo o eixo e ao nível de cada frente individualmente", frisou.
De acordo com as informações hoje divulgadas pela agência de segurança marítima UKMTO, que está sob a tutela do exército do Reino Unido, num primeiro ataque, ocorrido na quinta-feira, uma granada lança-foguetes explodiu perto do petroleiro "Delta Blue".
O segundo ataque surgiu na manhã de hoje, com um míssil "a explodir muito próximo do navio", disse o Centro de operações marítimas do Reino Unido (UKMTO, na sigla em inglês).
A empresa britânica de segurança marítima Ambrey indicou, por sua vez, e mencionando um terceiro ataque, que a embarcação foi atingida por um 'drone' (aparelho não tripulado) que não provocou danos.
O terceiro ataque foi efetuado através de um 'drone' marítimo, com guardas de segurança privados "a dispararem e a conseguirem destruir o veículo", revelou a Ambrey.
Mais tarde, o UKMTO comunicou também o incidente, que ocorreu quando o navio se dirigia para norte, no Mar Vermelho.
O quarto ataque relatado envolveu um presumível míssil dos rebeldes iemenitas que caiu no mar, perto do navio, de acordo com o Centro Conjunto de Informações Marítimas, uma organização multinacional supervisionada pela Marinha norte-americana.
Os Huthis dispararam contra mais de 70 navios com mísseis e 'drones' numa campanha que vitimou quatro marinheiros desde o início de outubro, quando começou a guerra na Faixa de Gaza.
Também capturaram uma embarcação e afundaram outras duas.
Diversos mísseis e 'drones' também foram intercetados pela coligação liderada pelos Estados Unidos na região, que tem promovido igualmente com o Reino Unidos diversos ataques contra alvos estratégicos Huthis no interior do Iémen.
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