Três mortos no Bangladesh em manifestações antigovernamentais

Pelo menos três pessoas foram hoje mortas no decurso de violentos protestos no Bangladesh contra a imposição de quotas para os cargos mais elevados da função pública, afirmaram polícia e manifestantes.

The flag of Bangladesh flies with other flags from countries of the Commonwealth in Parliament Square, central London, ahead of Commonwealth Heads of Government Meeting (CHOGM) on Monday. (Photo by Jonathan Brady/PA Images via Getty Images)

© Getty Images

Lusa
16/07/2024 15:02 ‧ 16/07/2024 por Lusa

Mundo

Bangladesh

A polícia disparou gás lacrimogéneo e balas de borracha quando grupos de estudantes exigiam a supressão das quotas e enfrentavam uma contramanifestação de apoiantes da Liga Awami, o partido no poder, munidos de bastões e lançando pedras.

 

Na véspera, cerca de 400 pessoas tinham ficado feridas durante confrontos com os seus oponentes.

Na cidade portuária de Chittagong, sudoeste do país, um estudante e um operário foram mortos, declarou Ala Uddin, inspetor da polícia no hospital Chittagong Medical College.

Em Rangpur, cidade do norte do país, o comissário da polícia Mohammad Moniruzzaman declarou à agência noticiosa AFP que um estudante foi morto nos confrontos, sem fornecer detalhes. Yunus Ali, diretor do hospital Rangpur Medical College, afirmou que o estudante "foi conduzido ao hospital por outros estudantes", acrescentando que "o seu corpo exibia ferimentos".

Na terça-feira, grupos de estudantes rivais desfilaram em diversos locais de Daca, agredindo-se mutuamente com tijolos.

"Manifestaram-se em pelo menos uma dezena de lugares da capital", declarou à AFP o porta-voz da polícia metropolitana de Daca, Faruk Hossain.

Centenas de estudantes concentraram-se noutras regiões do Bangladesh, bloqueando vias férreas e autoestradas.

Há semanas que os estudantes promovem manifestações quase diárias para exigir ao Governo o abandono do sistema de quotas para empregos no funcionalismo público, e exigem um sistema baseado no mérito.

Este sistema destina-se a reservar mais de metade dos postos de funcionários bem remunerados e muito requisitados a determinadas categorias da população, uma medida que os estudantes consideram discriminatória.

Desta forma, 30% dos postos de funcionários seriam reservados às crianças que se envolveram na luta independência do Bangladesh em 1971, hoje na idade adulta, 10% para as mulheres e 10% para distritos específicos.

Na perspetiva dos contestatários, apenas deveriam ser mantidas as quotas destinadas às minorias étnicas e às pessoas deficientes (6% dos lugares).

Os críticos também consideram que este sistema de quotas se destina a favorecer os apoiantes da primeira-ministra Sheikh Hasina. Na liderança do país desde 2009, venceu em janeiro passado as suas quartas eleições legislativas consecutivas, num escrutínio boicotado pela oposição que o definiu de "simulacro".

Os confrontos de segunda-feira foram os mais violentos desde o início do movimento.

A Amnistia Internacional (AI) condenou estas violências e exortou o Bangladesh a "garantir imediatamente a segurança de todos os manifestantes pacíficos".

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, também denunciou as "violências contra manifestantes pacíficos".

Leia Também: Alterações colocaram muitos imigrantes do Bangladesh na ilegalidade

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