Detenção à revelia? "Rápido reconhecimento do mérito" de Yulia Navalnaya
A sua porta-voz Kira Yarmysh descreveu a decisão do tribunal como um "reconhecimento do mérito" de Navalnaya.
© Didier Lebrun /Getty Images
Mundo Rússia
Após o Ministério Público russo ter emitido um mandado de captura para a viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya declarou que quem merece estar na prisão é Vladimir Putin. A sua porta-voz afirmou que esta ordem é um "rápido reconhecimento do mérito" da opositora russa.
"Ah, e qual não será o procedimento usual? Um agente estrangeiro, depois um processo criminal, depois uma prisão? Ao escrever sobre isso, por favor, não se esqueça de escrever o principal: Vladimir Putin é um assassino e um criminoso de guerra", afirmou Navalnaya numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
A opositora russa acentuou ainda que o lugar do presidente da Rússia "é na prisão e não em algum lugar de Haia, numa cela aconchegante com TV".
"Na Rússia, no mesmo local e na mesma cela de dois por três metros em que matou Alexei", terminou.
Ой, а что не будет обычной процедуры? Иностранный агент, потом заведение уголовного дела, потом уже арест?! Когда будете писать об этом, не забудьте, пожалуйста, написать главное: Владимир Путин - убийца и военный преступник. Его место в тюрьме, и не где-нибудь в Гааге, в уютной…
— Yulia Navalnaya (@yulia_navalnaya) July 9, 2024
Por sua vez, a sua porta-voz Kira Yarmysh descreveu a decisão do tribunal como um "reconhecimento do mérito" de Navalnaya.
"O tribunal de Basmanny prendeu Yulia Navalnaya à revelia por 'participação numa comunidade extremista'. Rápido reconhecimento do mérito", declarou Yarmysh, numa publicação na rede social X.
Басманный суд заочно арестовал Юлю Навальную @yulia_navalnaya за "участие в экстремистском сообществе". Быстрое признание заслуг.
— Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) July 9, 2024
De recordar que o Tribunal Bassmanni de Moscovo ordenou esta terça-feira a detenção à revelia de Yulia Navalnaya.
O Ministério Público russo apresentou uma acusação contra Navalnaya, que vive no estrangeiro, por participar numa associação extremista, pelo que foi declarada procurada.
"Yulia Borissovna (Navalnaya) escapou à investigação preliminar e, por conseguinte, foi colocada na lista de procurados", declarou o serviço de imprensa dos tribunais de Moscovo na rede social Telegram.
O tribunal satisfez as exigências da investigação e ordenou a prisão de Navalnaya por um período de dois meses a contar da data da sua extradição para o território russo ou da sua detenção na Rússia.
Navalnaya, que prometeu continuar a causa do marido a partir do exílio no estrangeiro, acusa Putin de ser responsável pela morte de Navalny e afirma que o seu poder se baseia em "desinformação, mentiras, enganos e provocações".
Navalny morreu subitamente a 16 de fevereiro, um mês antes das eleições presidenciais de 17 de março, em que Putin era o candidato favorito, depois de dar um passeio na penitenciária IK-3 na cidade de Jarp, no Ártico, de acordo com as autoridades prisionais.
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