Governo britânico deve apostar em aproximar-se da UE, diz ex-diplomata

O antigo embaixador da União Europeia no Reino Unido João Vale de Almeida sugeriu hoje que o novo governo britânico aposte nas áreas da defesa, política externa e segurança económica para melhorar relações com a UE. 

Eleições gerais Reino Unido

© Reuters

Lusa
18/06/2024 14:02 ‧ 18/06/2024 por Lusa

Mundo

João Vale de Almeida

O antigo diplomata, que cessou funções em 2019, admite que o nível de confiança entre Londres e Bruxelas melhorou desde o processo do 'Brexit', mas considera que "ainda não está ao nível que deve estar para permitir a esta relação prospetar". 

"A curto prazo, o novo primeiro-ministro deve criar a bases para um novo entendimento", vincou o português, avançando com três prioridades do lado da UE: defesa, política externa e segurança económica. 

Segundo Vale de Almeida, estas áreas podem ajudar tanto o bloco europeu como o Reino Unido a enfrentar "desafios geoestratégicos e económicos", que incluem a Ucrânia e Rússia, China ou reeleição de Trump como Presidente dos Estados Unidos. 

O antigo embaixador avisou ainda que, em vez de uma renegociação do Acordo de Comércio e Cooperação (ACC) entre UE e Reino Unido alcançado em 2020, o governo deve focar-se em pequenas melhorias. 

O português falava num painel sobre as relações anglo-europeias na conferência anual do centro de estudos UK in a Changing Europe (UKICE), a decorrer hoje em Londres. 

Um estudo publicado hoje pelo UKICE refere que a saída do Reino Unido da UE resultou em "realidades económicas novas e inevitáveis, nomeadamente fricções comerciais e fricções no comércio e nas viagens, que têm repercussões no crescimento do Reino Unido". 

No entanto, reconhece que "a margem de manobra para aprofundar significativamente as relações é bastante limitada enquanto o Reino Unido optar por permanecer fora do mercado único e da união aduaneira". 

"Mesmo em domínios como a defesa, em que existe um claro interesse mútuo numa cooperação reforçada, a relutância da UE em oferecer acordos 'à medida' a países terceiros limita grandemente o que é possível fazer".

Os autores do estudo estimam que o 'Brexit' terá reduzido o Produto Interno Bruto (PIB) britânico entre 2% a 4%, mas o diretor do UKICE, Anand Menon, avisou que o impacto económico exato é incerto por ter coincidido com a pandemia covid-19 e a guerra na Ucrânia.

"É muito difícil isolar o efeito Brexit", vincou. 

Embora o tema esteja quase ausente da campanha para as eleições legislativas de 04 de julho, Menon acredita que a vitória do Partido Trabalhista, como indicam as sondagens, vai resultar numa "mudança de tom imediata" e maior disponibilidade para colaborar.

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