O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse que o ataque israelita a uma escola das Nações Unidas no campo de refugiados de Nuseirat, na Faixa de Gaza, "deve ser investigado independentemente, em linha com as últimas indicações do TPI [Tribunal Penal Internacional]".
No X (antigo Twitter), Borrell disse que "os relatos que chegam de Gaza mostram que a violência e o sofrimento são ainda a única realidade para centenas de milhares de civis inocentes".
Depois de pelo menos 40 pessoas terem morrido nestes ataques, o chefe da diplomacia europeia afirmou que "um cessar-fogo duradouro é o único caminho positivo para proteger civis e conseguir a libertação imediata de todos os reféns".
Em jeito de conclusão, Borrell considerou que "ambas as partes devem concordar no plano de três fases dos Estados Unidos, agora".
Reports coming from Gaza time and again show that violence and suffering are still the only reality for hundreds of thousands of innocent civilians.
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) June 6, 2024
This appalling news must be independently investigated, in line with last @CIJ_ICJ order. 🧵 1/2 https://t.co/LkumJqZZpP
O exército israelita confirmou o bombardeamento da escola e argumentou que esta albergava no seu interior "terroristas do Hamas", incluindo membros das forças que levaram a cabo uma série de ataques em território israelita a 7 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 raptados.
"Atacar, visar ou utilizar edifícios da ONU para fins militares é um desrespeito flagrante do direito internacional humanitário. O pessoal, as instalações e as operações da ONU devem ser protegidos em todas as circunstâncias", defendeu o comissário-geral da agência da ONU, Philippe Lazzarini.
Para o responsável, "visar as instalações da ONU ou usá-las para fins militares não pode tornar-se a nova norma".
Desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro, "mais de 180 edifícios da UNRWA foram atingidos e mais de 450 pessoas deslocadas foram mortas em resultado disso".
Segundo as autoridades de Gaza, controladas pelo movimento islamita Hamas, o número de mortos ascende a 40, incluindo 14 crianças, e os bombardeamentos causaram 74 feridos, incluindo 23 menores, de acordo com o comissário geral da UNRWA.
As autoridades palestinianas sublinharam que "o exército de ocupação israelita comete repetidamente estes massacres de uma forma brutal e apesar de saber da presença de dezenas de milhares de pessoas deslocadas nestes centros".
Afirmaram que estas ações "se enquadram no quadro do genocídio" e reiteraram a sua condenação do "apoio total" dos Estados Unidos a Israel, que "leva a cabo os seus crimes de forma organizada".
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