ONU acusa Israel de atacar escola "sem aviso prévio" em Gaza

A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA) acusou hoje Israel de ter atacado "sem aviso prévio" uma escola sua na Faixa de Gaza, em "mais um dia horrível" com perto de 40 mortos.

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© Getty Images

Lusa
06/06/2024 14:27 ‧ 06/06/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Mais um dia horrível em Gaza. Outra escola da UNRWA transformada em abrigo foi atacada, desta vez em Nuseirat", declarou o comissário-geral da agência da ONU, Philippe Lazzarini, na rede X.

As forças israelitas não fizeram qualquer "aviso prévio, nem aos deslocados nem à UNRWA", acrescentou, assegurando que a agência da ONU transmitiu os pormenores desta escola ao "exército israelita e outras partes do conflito".

O edifício, referiu, acolhia cerca de 6.000 deslocados no momento do ataque.

"Alegações de que grupos armados podem ter estado no interior do abrigo são chocantes, mas não temos capacidade para as verificar", disse.

O exército israelita confirmou o bombardeamento da escola e argumentou que esta albergava no seu interior "terroristas do Hamas", incluindo membros das forças que levaram a cabo uma série de ataques em território israelita a 7 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 raptados.

"Atacar, visar ou utilizar edifícios da ONU para fins militares é um desrespeito flagrante do direito internacional humanitário. O pessoal, as instalações e as operações da ONU devem ser protegidos em todas as circunstâncias", defendeu Lazzarini.

Para o responsável, "visar as instalações da ONU ou usá-las para fins militares não pode tornar-se a nova norma".

Desde o início da guerra em Gaza, em 07 de outubro, "mais de 180 edifícios da UNRWA foram atingidos e mais de 450 pessoas deslocadas foram mortas em resultado disso".

Segundo as autoridades de Gaza, controladas pelo movimento islamita Hamas, o número de mortos ascende a 40, incluindo 14 crianças, e os bombardeamentos causaram 74 feridos, incluindo 23 menores, de acordo com o comissário geral da UNRWA.

As autoridades palestinianas sublinharam que "o exército de ocupação israelita comete repetidamente estes massacres de uma forma brutal e apesar de saber da presença de dezenas de milhares de pessoas deslocadas nestes centros".

Afirmaram que estas ações "se enquadram no quadro do genocídio" e reiteraram a sua condenação do "apoio total" dos Estados Unidos a Israel, que "leva a cabo os seus crimes de forma organizada".

"Consideramos a ocupação israelita e a administração norte-americana totalmente responsáveis por estes crimes contra a humanidade e apelamos a todo o mundo para que condene estes massacres, o genocídio e a limpeza étnica contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza", sublinharam.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do movimento islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou mais de duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, que controla o território desde 2007.

Leia Também: Médio Oriente. Portugal entre 17 países que pedem libertação de reféns

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