Primeiro-ministro eslovaco pronto para retomar funções no final de junho

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, vítima de um atentado em meados de maio, indicou hoje estar preparado para retomar funções no final de junho.

Slovakia's PM Fico in hospital after being shot in Handlova

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Lusa
05/06/2024 18:41 ‧ 05/06/2024 por Lusa

Mundo

Robert Fico

Num vídeo publicado na rede social Facebook, o primeiro que divulga desde que foi atingido por diversas balas em plena via pública, Robert Fico, 59 anos, declarou que perdoava ao atacante e anunciou que retomaria progressivamente as suas funções a partir do final de junho.

No entanto, também acusou os seus opositores de fomentarem o "ódio" que conduziu a uma fracassada tentativa de assassinato.

"Não mantenho qualquer ódio face ao desconhecido que me atingiu", declarou Fico, segundo a tradução inglesa do vídeo, aparentando calma mas com longas pausas na sua alocução.

"Perdoo-lhe e deixo-o refletir, na sua própria cabeça, sobre o que fez e porque o fez", acrescentou.

Segundo o chefe de Governo, o atirador não é um "louco" mas alguém que se tornou "mensageiro do mal e do ódio político" fomentados pela oposição na Eslováquia.

Fico foi atingido em 15 de maio por quatro balas disparadas à queima-roupa, em particular no abdómen, num momento em que saudava apoiantes à saída de uma reunião governamental na cidade de Handlova, centro do país.

O presumível atirador, identificado pelos 'media' eslovacos como o poeta Juraj Cintula, 71 anos, foi acusado de tentativa de homicídio com premeditação e colocado em prisão preventiva.

Fico foi transportado para um hospital da cidade de Banska Bystrica, onde foi submetido a duas longas intervenções cirúrgicas.

O primeiro-ministro eslovaco permaneceu em convalescença antes de ser transferido em 31 de maio para a sua casa, onde prosseguiu a recuperação.

"Se tudo decorrer como previsto, poderia retomar progressivamente o trabalho no decurso dos meses de junho e julho", precisou Fico.

A maior parte da sua mensagem de vídeo de 14 minutos foi consagrada a uma defesa rigorosa das suas opiniões e acusações contra os adversários políticos, os 'media' críticos e organizações não-governamentais.

"A oposição foi incapaz de avaliar (...) até onde a sua política agressiva e de ódio conduziu uma parte da sociedade, e era uma questão de tempo até ocorrer uma tragédia", disse.

"Caso a situação não se altere, o horror do 15 de maio vai prosseguir, com outras vítimas. Não duvido um segundo", insistiu.

Robert Fico regressou ao poder após as eleições legislativas de 2023. Tinha já dirigido o Governo de 2006 a 2010 e de 2012 a 2018.

Em 2018 foi forçado a demitir-se após a morte de um jornalista de investigação ter revelado corrupção a alto nível, que suscitou uma vaga de protestos antigovernamentais.

Desde o seu regresso ao poder em outubro passado, Fico emitiu uma série de declarações que comprometeram as relações entre a Eslováquia e a vizinha Ucrânia.

O líder eslovaco questionou a soberania de Kiev e apelou a um compromisso com a Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

A Eslováquia interrompeu o envio de armas à Ucrânia após a sua mais recente reeleição.

Fico foi ainda confrontado com protestos após a aprovação de leis controversas, incluindo sobre os 'media', que segundo os críticos podem comprometer a "imparcialidade" da televisão e rádio públicas.

Em paralelo, a Procuradoria-Geral da Eslováquia está a estudar uma petição de apoiantes do primeiro-ministro, que pretendem ilegalizar o partido opositor liberal PS por alegada responsabilidade no ataque de 15 de maio.

O portal noticioso Slovak Spectator anunciou hoje que a procuradoria recebeu diversas denúncias por suposto incitamento pelo partido Eslováquia Progressista (PS) contra Fico, que sobreviveu ao atentado com feridas graves no abdómen.

O procurador-geral, Maros Zilinka, confirmou hoje que o seu gabinete estuda a documentação apresentada para confirmar o cumprimento dos requisitos estipulados pelo código do tribunal administrativo, onde se decide a ilegalização de partidos políticos.

[Notícia atualizada às 19h33]

Leia Também: Primeiro-ministro eslovaco em reabilitação duas semanas após ser baleado

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