"Posso dizer com confiança que o povo da Índia votou em números recorde para reeleger o governo da Aliança Democrática Nacional", a coligação liderada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP) do primeiro-ministro, disse Narendra Modi na rede social X.
Este é o maior ato eleitoral da história em termos de número de eleitores: Foram convocados cerca de 970 milhões de pessoas - mais de 10% da população mundial -- para escolherem entre mais de 8.300 candidatos num processo organizado em sete fases, que se prolongaram por 44 dias e terminaram.
A sétima volta das eleições abrangeu 57 círculos eleitorais em sete estados e um território, completando uma eleição nacional para preencher todos os 543 lugares na câmara baixa do parlamento.
Ainda sem resultados oficiais até que a Comissão Eleitoral faça a laboriosa contagem na próxima terça-feira, seis sondagens indicam que a coligação de Modi ultrapassará confortavelmente o limiar de 272 lugares na Câmara Baixa do Parlamento, necessário para formar governo.
Caso se confirme, Modi irá conquistar o seu terceiro mandato consecutivo, apesar de parecer não garantir a maioria esmagadora que tinha fixado como objetivo.
A eleição é considerada uma das mais importantes da história da Índia: se Modi ganhar, será apenas o segundo líder indiano a manter o poder durante um terceiro mandato, depois de Jawaharlal Nehru, o primeiro chefe de governo do país.
A maioria das sondagens mostra Modi e o seu partido BJP à frente da aliança da oposição, liderada pelo Partido do Congresso.
As eleições gerais na Índia começaram a 19 de abril e os locais de voto em oito regiões da Índia fecharam hoje.
Segundo dados da Comissão Eleitoral, a participação às 15:00 horas locais (10:30 em Portugal) era de 49,68%.
Durante a eleição, os candidatos atravessaram o país, os membros das mesas de voto caminharam até aldeias remotas e os eleitores fizeram fila durante horas, apesar do calor.
A campanha de governo referiu o sucesso económico do país, mas, nas últimas semanas, focou-se em discursos contra a minoria muçulmana do país, que representa 14% dos 1,4 mil milhões de habitantes da Índia.
Desde que chegou ao poder em 2014, Modi tem gozado de imensa popularidade, com os seus apoiantes a verem-no como um líder forte que melhorou a posição da Índia no mundo.
No entanto, o seu governo tem sido acusado de promover discursos de ódio contra as minorias, nomeadamente os muçulmanos, criando problemas no sistema democrático, com mistura entre religião e Estado.
As sondagens pré-eleitorais mostraram que os eleitores estavam cada vez mais preocupados com o desemprego, o aumento dos preços dos alimentos e um sentimento geral de que apenas uma pequena parte dos indianos beneficiou apesar do rápido crescimento económico recente.
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