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França. 1.º julgamento de crimes da Síria expõe sistema torcionário

Um mergulho no sistema prisional e torcionário sírio abriu na terça-feira em Paris o primeiro processo em França contra os crimes do regime de Bachar Al-Assad.

França. 1.º julgamento de crimes da Síria expõe sistema torcionário
Notícias ao Minuto

06:47 - 22/05/24 por Lusa

Mundo Síria

Até sexta-feira, vão ser julgados à revelia até sexta-feira três altos dirigentes sírios pela morte de dois franco-sírios.

Ali Mamlouk, antigo chefe do serviço de segurança nacional, a mais alta instância de informações na Síria, Jamil Hassan, ex-diretor dos serviços de informações da Força Aérea, e Abdel Salam Mahmoud, antigo diretor do ramo de investigações destes serviços, são acusados de cumplicidade de crimes contra a humanidade e cumplicidade de delito de guerra.

Segundo a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH), são "os mais altos responsáveis do regime alguma vez acusados em justiça desde o início da revolução síria, em março de 2011".

Já se realizaram julgamentos sobre os crimes do regime em vários lados da Europa, nomeadamente na Alemanha. Mas os acusados eram de nível inferior de responsabilidades.

Neste caso, os acusados são suspeitos de terem tido um papel, em graus diversos, no desaparecimento forçado e na morte de Mazzen Dabbagh e do seu filho Patrick, dois franco-sírios que viviam em Damasco.

O pai era conselheiro principal de educação na Escola Francesa e o filho era estudante na Faculdade de Letras e Ciências Humanas, na capital síria.

Ambos foram ditos por agentes que declararam pertencer aos serviços de informações do Exército e da Força Aérea.

Segundo o cunhado de Mazzen Dabbagh, detido ao mesmo tempo que este, mas libertado dois dias depois, os dois homens foram transferidos para o aeroporto de Mezzeh, sede de um local de detenção denunciado como um dos piores centros de tortura do regime.

Depois, nunca mais deram sinal de vida, até serem declarados mortos em agosto de 2018.

Segundo os certificados de óbito entregues à família, Patrick teria morrido em 21 de janeiro de 2014 e Mazzen em 25 de novembro de 2017.

No seu texto de acusação, os juízes de instrução consideraram "suficientemente estabelecido" que os dois homens "sofreram, como milhares de detidos pelos serviços de informações do Exército e da Força Aérea, torturas tais que morreram".

Leia Também: Pelo menos seis combatentes de grupos pró-iranianos morreram na Síria

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