Protestos na Turquia contra prisão para líderes da esquerda pró-curda

Milhares de curdos da Turquia protestaram hoje contra a condenação esta semana a prisão de dezenas de políticos, incluindo ex-dirigentes do partido HDP, o terceiro com maior representação parlamentar, por incitarem às revoltas curdas de outubro de 2014.

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© Mehmet Masum Suer/SOPA Images/LightRocket via Getty Image

Lusa
18/05/2024 23:36 ‧ 18/05/2024 por Lusa

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Turquia

Entre os alvos das sentenças emitidas na quinta-feira, num macro-julgamento que envolveu 108 arguidos, sob as acusações de "minar a unidade do Estado" e "incitar à violência", estão os antigos líderes do partido de esquerda pró-curdo HDP (Partido Democrático dos Povos, atual DEM, Partido pela Igualdade e Democracia dos Povos) Selahattin Demirtas e Figen Yuksekdag.

Demirtas, que se candidatou à Presidência da Turquia em 2015, foi condenado a 42 anos de prisão, e Yuksekdag, a 30 anos e três meses.

No total, 24 pessoas, na maioria políticos do HDP, foram condenadas a penas que totalizam 408 anos de prisão.

Entre os acusados, contam-se também elementos procurados da guerrilha curda turca PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e da milícia síria curda PYD (Partido de União Democrática).

Os maiores protestos contra estas sentenças estão ainda a decorrer em Istambul, Adana e Diyarbakir, a capital da região do sudeste, onde é maioritária a população curda na Turquia.

As concentrações, com palavras de ordem a favor de Demirtas e contra o fascismo, tinham sido proibidas em 18 províncias do país pelo Governo islamita turco, para "evitar possíveis incidentes sociais".

Além de milhares de pessoas da minoria curda da Turquia, participaram nos protestos os apoiantes dos partidos de esquerda, condenando também o autoritarismo do regime do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

O julgamento cujas sentenças foram esta semana proferidas dizia respeito às revoltas ocorridas em outubro de 2014 em 34 cidades turcas, para protestar contra o cerco do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) à cidade síria de Kobani, de maioria curda.

Os protestos causaram 37 mortos, na maioria simpatizantes do movimento de esquerda pró-curdo, e 326 agentes de segurança e 761 civis ficaram feridos.

Um total de 269 edifícios públicos e 197 escolas foram incendiados e 1.700 habitações e estabelecimentos comerciais foram saqueados.

Os arguidos sempre afirmaram a sua inocência e, embora admitindo que exortaram a protestos contra o cerco a Kobani, negaram ter incitado à violência.

A oposição de esquerda turca condenou o processo, afirmando tratar-se de um julgamento político.

Leia Também: Demirtas e outros políticos pró-curdos condenados a penas de prisão

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