De Croo apresenta queixa por incentivo a ataque semelhante ao de Fico

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, apresentou hoje queixa contra um apresentador de um programa de uma rádio local na Flandres por ter incentivado um ataque contra si, como aconteceu na quarta-feira contra o seu homólogo eslovaco, Robert Fico.

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© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images

Lusa
16/05/2024 18:24 ‧ 16/05/2024 por Lusa

Mundo

Alexander De Croo

De Croo "apresentou queixa contra o apresentador que apelou a que o primeiro-ministro fosse 'fuzilado'", declarou Barend Leyts, diretor de comunicação do Presidente belga, na rede social X.

Leyts explicou que o jornalista apelou aos ouvintes para "irem em frente, apesar da segurança que rodeia o homem", em referência ao ataque a Fico na Eslováquia.

"O apelo à violência é punível", sublinhou o porta-voz de De Croo, que informou que o dirigente belga tinha apresentado queixa na polícia de Waregem (oeste da Bélgica) e que prosseguia a sua campanha com vista às eleições legislativas belgas de 9 de junho.

A Waregem1 declarou em comunicado que o apresentador que fez as observações foi "imediatamente suspenso" porque as considerou "despropositadas", apesar de ter afirmado que as disse "em tom de brincadeira".

A estação de rádio disse que o jornalista, que já pediu desculpa aos ouvintes e à sua empresa, "enganou-se completamente no momento e no contexto" ao fazer os comentários.

"Parece que o homem vai ser salvo", disse o apresentador sobre Fico, que acrescentou: "O culpado já foi preso. A todos aqueles que estão a pensar em matar o primeiro-ministro Alexander De Croo, mas não se atrevem por causa da segurança que rodeia o homem: estão a ver que é possível. Eu diria: "força".

De Croo sublinhou na quarta-feira, através das redes sociais, que o ataque a Fico é "um ataque à democracia" e que "não há justificação para este tipo de violência".

O primeiro-ministro eslovaco foi baleado no peito e no abdómen por um homem de 71 anos, que foi entretanto detido. Foi submetido a cirurgias e estava hoje consciente e a comunicar, apesar de ainda correr risco de vida.

Desde que chegou ao poder, em 2023, Robert Fico pôs fim à ajuda militar de Bratislava à Ucrânia e apelou a conversações de paz entre Kyiv e Moscovo, gerando críticas das autoridades ucranianas e dos seus aliados europeus.

Mais recentemente, no início de abril, alterou a sua posição relativamente ao conflito ucraniano, defendendo uma solução pacífica que respeite a "integridade territorial" do país.

Leia Também: PM belga anuncia inquério a suspeitas de corrupção russa no PE

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