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"Sanções não dissuadem". Borrell defende via diplomática no Médio Oriente

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) defendeu hoje perante o Parlamento Europeu que "este é o momento para a diplomacia" evitar uma escalada das tensões no Médio Oriente, argumentando que as sanções isoladas ao Irão não funcionam.

"Sanções não dissuadem". Borrell defende via diplomática no Médio Oriente
Notícias ao Minuto

09:56 - 24/04/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

Dirigindo-se aos eurodeputados na cidade francesa de Estrasburgo, num debate sobre "o ataque sem precedentes do Irão contra Israel, a necessidade de desanuviar a escalada e a resposta da UE", Josep Borrell lembrou que na passada segunda-feira os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27, reunidos no Luxemburgo, chegaram a acordo político sobre o alargamento das atuais sanções a Teerão, mas enfatizou que essa não pode ser a única via.

"De tempos em tempos as pessoas pedem algo que já temos - nós temos um regime de sanções contra o Irão por fornecer drones à Rússia. Pois bem, este regime agora pode ser usado também para sancionar o fornecimento de tais armas e outras no Médio Oriente e na região do Mar Vermelho", apontou o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança.

Admitindo que "as sanções são uma ferramenta importante" e a UE tem-nas usado "para enviar uma clara mensagem ao Irão relativamente a atividades perigosas de proliferação com o objetivo de desestabilizar a região", Josep Borrell ressalvou que "as sanções por si só não são uma política, as sanções são ferramentas de uma política".

"As sanções isoladas não vão dissuadir o Irão, isso deveria ser evidente após anos e anos de sanções internacionais. O Irão é, juntamente com a Coreia do Norte, o país mais sancionado do mundo. As sanções sozinhas não podem resolver o risco de escalada", argumentou, defendendo então que se deve privilegiar a diplomacia.

"A ação diplomática tem de ser igualmente importante. Penso que este é o momento para a diplomacia, o momento de aplicar os máximos esforços diplomáticos, atuar para tentar apaziguar a situação e pedir a todos que façam a sua parte", advogou.

O chefe da diplomacia europeia enfatizou que "a UE e os seus Estados-membros estão em contacto com atores chave, porque a UE mantém canais abertos com todas as partes", assinalando que ele próprio está "regularmente em contacto com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, para lhe expressar o quão deploráveis são estes ataques e alertar para o risco de um conflito regional alargado", assim como manteve contactos com Israel a pedir que "mostrem contenção", e também com os países árabes do Golfo, "para usarem a sua influência".

A terminar, Borrell congratulou-se por os ataques terem aparentemente abrandado, mas advertiu que "a situação permanece instável e perigosa".

Na segunda-feira, no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros da UE no Luxemburgo, Borrell anunciou que a União Europeia tinha concordado em alargar as sanções existentes contra o Irão em relação aos drones para abranger os mísseis e a sua potencial transferência para os grupos aliados de Teerão no Médio Oriente ou para a Rússia.

A reunião conjunta de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa teve lugar pouco mais de uma semana depois de o Irão ter lançado o seu primeiro ataque direto com drones e mísseis em território israelita.

Este ataque seguiu-se a um ataque aéreo, em 01 de abril, atribuído a Israel, que destruiu um anexo consular de Teerão em Damasco e matou sete membros dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, incluindo dois generais.

O exército israelita afirmou que a grande maioria dos mais de 300 mísseis e drones disparados pelo Irão em 13 e 14 de abril foram abatidos - com a ajuda dos Estados Unidos e de outros aliados - e que o ataque causou apenas danos mínimos.

Leia Também: Ofensiva terrestre israelita em Rafah teria "consequências catastróficas"

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