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Imolou-se à porta do julgamento de Trump por "conspiração". O que se sabe

Antes da ação, o homem publicou um manifesto intitulado "Imolei-me à porta do julgamento de Trump" na plataforma Substack, onde explicava as suas motivações.

Notícias ao Minuto

23:04 - 19/04/24 por Daniela Filipe

Mundo EUA

O homem que se imolou pelo fogo na área designada para manifestações no exterior do tribunal de Nova Iorque, esta sexta-feira, onde o ex-presidente norte-americano, Donald Trump, estava a ser julgado, atirou panfletos com "teorias da conspiração" para o ar antes de levar a cabo o que disse ser um "ato extremo de protesto". 

Maxwell Azzarello, que está na casa dos 30 anos, encontra-se intubado e em estado crítico na unidade de queimados do Weill Cornell Medicine, de acordo com as autoridades.

Natural de St. Augustine, na Florida, o homem terá chegado a Nova Iorque no início da semana sem que a família soubesse. Esta sexta-feira, o autointitulado "investigador" publicou um documento chamado: "Imolei-me à porta do julgamento de Trump" na plataforma Substack, onde explicava as suas motivações.

"Este ato extremo de protesto visa chamar a atenção para uma descoberta urgente e importante: Somos vítimas de um golpe totalitário, e o nosso próprio governo (juntamente com muitos dos seus aliados) está prestes a atingir-nos com um golpe mundial fascista apocalíptico", escreveu.

No longo texto, em que mencionou Trump um punhado de vezes, ao alegar que o magnata integra uma rede de "cleptocracia secreta" com todos os antigos presidentes e rivais eleitorais, o indivíduo pediu ainda "muitas desculpas" não só aos seus amigos e familiares, mas também às testemunhas e socorristas por lhes "infligir esta dor". Ressalvou, no entanto, ser "uma gota no oceano em comparação com o que o nosso governo pretende infligir".

De acordo com as autoridades, o conteúdo dos panfletos atirados baseava-se justamente em "teorias da conspiração [com] informações sobre um esquema Ponzi", em que o homem defendia que "algumas das nossas instituições de ensino locais são fachadas para a máfia", noticiou a NBC News.

O mesmo meio adiantou que, depois de largar a informação no ar, Azzarello retirou uma lata de uma mochila e encharcou-se com o que as autoridades acreditam ser um líquido inflamável à base de álcool. Foi nesse momento que polícias e civis acorreram à área, tentando apagar as chamas com casacos e extintores de incêndio, descreveu o chefe do Departamento de Polícia de Nova Iorque, Jeff Maddrey. Quatro agentes sofreram ferimentos leves devido à exposição ao fogo.

Apesar de Azarello não ter violado os "protocolos de segurança", a comissária dos bombeiros de Nova Iorque, Laura Kavanagh, assegurou que as autoridades vão rever os procedimentos, segundo a ABC 7.

"Não acreditamos que tenha tido como alvo algum grupo específico. Neste momento, estamos a rotular o incidente como [obra] de uma espécie de teórico da conspiração e partiremos daí, mas a investigação continuará", complementou o chefe dos detetives do Departamento de Polícia de Nova Iorque, Joseph Kenny.

Entretanto, a assessora de imprensa da campanha de Trump, Karoline Leavitt, emitiu um comunicado onde expressava "condolências às testemunhas traumatizadas" e agradecia às autoridades e serviços de emergência de Nova Iorque pela resposta ao incidente, que "prova que a nação está em sérios apuros".

"Não conhecendo as motivações por detrás desta situação doentia, é difícil fazer quaisquer comentários definitivos, a não ser dizer que estamos gratos porque, até onde sabemos, ninguém além do indivíduo em questão ficou ferido", disse.

Recorde-se que tudo aconteceu pelas 18h37 (hora em Lisboa), após a seleção de 12 pessoas e de seis alternativas para integrar o júri do julgamento de Trump, abrindo caminho para o início dos procedimentos, na próxima semana.

Em causa estão pagamentos de 130 mil dólares (122.037 euros) que a empresa do ex-presidente fez ao seu então advogado pessoal, Michael Cohen. Este, por sua vez, entregou a quantia à estrela de filmes pornográficos 'Stormy' Daniels, em nome de Trump, para comprar o seu silêncio perante as alegações de que teria tido um encontro sexual com o magnata, a um mês da eleição presidencial de 2016.

O antigo presidente declarou-se inocente de 34 acusações de falsificação de registos comerciais apresentadas pelo procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, tendo também negado ter mantido qualquer encontro com Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford.

Trump também foi acusado criminalmente em Washington e na Georgia pela sua tentativa de reverter o resultado eleitoral de 2020, assim como na Florida, onde reteve ilegalmente documentos confidenciais depois de abandonar o cargo de chefe de Estado, em 2021.

Ainda assim, este é o único caso que deverá ir a julgamento antes das eleições de 5 de novembro, no qual o magnata pretende enfrentar o atual presidente, Joe Biden.

Veja o rescaldo do protesto na galeria acima.

Leia Também: Homem imola-se à porta do tribunal onde decorre julgamento de Trump

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