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Intelectual italiano levado à justiça por difamação a Meloni

Um conhecido historiador italiano, Luciano Canfora, foi hoje levado a tribunal por difamação da primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, após uma queixa apresentada contra a intelectual de 81 anos que lhe chamou "neonazi de coração".

Intelectual italiano levado à justiça por difamação a Meloni
Notícias ao Minuto

16:33 - 16/04/24 por Lusa

Mundo Itália

O julgamento começa no dia 08 de outubro em Bari (Puglia, sul de Itália), segundo a agência France Presse (AFP).

Ex-professor de filologia grega e latina na Universidade de Bari, Luciano Canfora declarou durante um debate numa escola secundária desta cidade, em abril de 2022, antes da ascensão de Meloni ao poder, que esta era "neonazi de coração".

"Quando dizemos neonazi, não pensamos em alguém que comete crimes, assassínios, pensamos em alguém que ainda tem ideias, abordagens morais que remetem para este passado", declarou Canfora à AFP.

O historiador lembra que, na sua autobiografia "Eu sou Giorgia", publicada em 2021, a líder do partido Irmãos de Itália (FDI, extrema direita) afirma ter "substituído Giorgio Almirante", que foi durante o período fascista editor do jornal Defesa da Raça, cujos primeiros números coincidiram com as leis raciais contra os judeus em 1938.

"O Sr. Almirante era subsecretário de Cultura Popular da República Social Italiana (RSI). O RSI era um estado satélite do Terceiro Reich", alegou Canfora para explicar a expressão "neonazi de coração".

O historiador, apoiado por muitos intelectuais italianos e estrangeiros, não se arrependeu das suas palavras.

Meloni já ganhou um julgamento por difamação em outubro contra o escritor e jornalista Roberto Saviano, condenado a uma multa suspensa de mil euros por ter chamado "bastardos" a Meloni e Matteo Salvini, Líder do partido Liga e vice-chefe do Governo, comentando a morte de uma criança de 6 meses num naufrágio.

A primeira-ministra italiana também abriu um processo por difamação em agosto contra o vocalista da banda britânica Placebo, Brian Molko, que a chamou "fascista, racista" durante um concerto no mês anterior no norte da Itália.

"Nunca tive qualquer simpatia ou proximidade com regimes antidemocráticos. Por qualquer regime, incluindo o fascismo", afirmou a primeira-ministra italiana durante o seu discurso de política geral no início do seu mandato, em outubro de 2022.

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