O ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português chamou, esta terça-feira, 16 de abril, o embaixador do Irão ao Palácio das Necessidades, em Lisboa, para reiterar a condenação do ataque contra Israel e renovar a "exigência da libertação imediata" do navio MSC Aries.
Numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, o ministério tutelado por Paulo Rangel revelou que, durante a reunião, "mantida com o Diretor-Geral de Política Externa", reiterou "de forma veemente e categórica a condenação do recente ataque realizado contra o Estado de Israel", manifestando "a sua profunda preocupação com a escalada do conflito na região, apelando à máxima contenção".
No encontro, o MNE também insistiu na libertação da tripulação do navio MSC Aries, "que deve ser condignamente tratada enquanto o navio se mantiver apresado, dado não se considerarem consistentes as explicações até agora fornecidas".
O Governo português, indica ainda que "aguardará os resultados desta diligência formal e avaliará, em função disso, passos adicionais".
O Irão lançou na noite de sábado e madrugada de domingo um ataque contra Israel, com recurso a mais de 300 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados), mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o Exército israelita.
Teerão justificou o ataque com uma medida de autodefesa, argumentando que a ação militar foi uma resposta "à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco (Síria), ocorrida a 01 de abril e marcada pela morte de sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
A comunidade internacional ocidental condenou veementemente o ataque do Irão a Israel, apelando à máxima contenção, de forma a evitar uma escalada da violência no Médio Oriente, região já fortemente instável devido à guerra em curso há mais de seis meses entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
No encontro de hoje, o MNE também insistiu na "exigência da libertação imediata do navio 'MSC Aries', apresado no estreito de Ormuz, à luz das obrigações de Portugal enquanto Estado bandeira".
"Foi igualmente exigida a libertação da tripulação, que deve ser condignamente tratada enquanto o navio se mantiver apresado, dado não se considerarem consistentes as explicações até agora fornecidas", acrescenta a mesma nota.
Forças militares iranianas apresaram, no Estreito de Ormuz na sexta-feira, o navio de carga "MSC Aries", com pavilhão português (registo na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Limited, que faz parte do grupo do empresário israelita Eyal Ofer.
O porta contentores tinha a bordo 25 tripulantes, a maioria dos quais indianos.
O Irão afirmou esta segunda-feira ter capturado o cargueiro por violação das normas marítimas internacionais.
"O navio foi direcionado para águas territoriais iranianas devido à violação dos regulamentos marítimos internacionais e à falta de resposta às autoridades iranianas", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, numa conferência de imprensa.
Na nota de hoje, o Governo português indica que "aguardará os resultados desta diligência formal e avaliará, em função disso, passos adicionais".
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