Itália pondera proibir que escolas encerrem em feriados religiosos

O ministro da Educação italiano, Giuseppe Valditara, está a trabalhar numa medida que pretende impedir o encerramento das escolas em feriados religiosos se não houver acordo entre o Estado e a religião em questão, indicaram hoje fontes governamentais.

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Lusa
10/04/2024 15:36 ‧ 10/04/2024 por Lusa

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Itália

A possível medida está a ser considerada no meio de uma polémica que está a envolver uma escola perto de Milão, que foi hoje encerrada para permitir que os seus alunos muçulmanos, que representam cerca de 40% dos alunos do estabelecimento de ensino, celebrassem o festival Eid-al-Fitr, festividade que marca o fim do Ramadão, o mês sagrado do Islão, segundo relatou a agência de notícias italiana ANSA.

A decisão da escola localizada em Pioltello, na província de Milão (Lombardia), identificada como Instituto Iqbal Masih Comprehensive, suscitou polémica junto da comunidade local e o diretor do estabelecimento chegou a receber ameaças de morte de pessoas conotadas com a direita italiana através da Internet.

O encerramento da escola foi igualmente criticado por Valditara e a direção regional da Lombardia apelou, sem sucesso, a uma revisão da decisão.

Junto às instalações da escola, cerca de 10 pais concentraram-se hoje para contestar o encerramento.

"Não creio que seja certo abandonar outro feriado que estava planeado desde o início do ano para ter este dia de folga, quando estamos todos a trabalhar", disse Samanta Sacchi, mãe de um aluno, citada pela ANSA.

"Tive que pedir um dia de folga hoje e abrir mão daquele (que ia tirar) entre o final de abril e o início de maio [entre o feriado do Dia da Libertação e o Dia do Trabalhador], quando o resto da minha família estará em casa", acrescentou Sacchi.

Mohamed Pietro Danova, presidente da Associação Islâmica El-Huda da cidade, saudou, por sua vez, o encerramento da escola.

"Foi uma alegria para nós porque a integração começa na escola. É o lugar onde as coisas são cimentadas entre as crianças", disse Danova à ANSA.

"Não há distinções para as crianças, todos se sentem iguais, todos são cidadãos. O melhor é procurar oportunidades para unir e fortalecer o nosso relacionamento, para o crescimento e o desenvolvimento do nosso país", defendeu ainda o representante.

Leia Também: "Situação complexa". Buscas continuam após explosão em barragem italiana

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