O tenente-general Alexus Grynkewich, que lidera a Central das Forças Aéreas dos EUA, realçou que os persistentes ataques retaliatórios norte-americanos ao grupo de milícias apoiado pelo Irão "certamente afetaram o seu comportamento".
"O ritmo de operações deles não é o que era", frisou, citado pela agência Associated Press (AP).
Os Hutis têm conduzido ataques quase diários a navios comerciais e militares no mar Vermelho e no golfo de Aden, lançando 'drones' e mísseis a partir de áreas controladas pelos rebeldes no Iémen.
Os ataques -- que muitas vezes não têm sucesso, mas que por vezes atingem navios -- perturbaram uma rota marítima crucial.
Em resposta, os EUA e os aliados foram forçados a aumentar a presença de navios militares ao longo da via marítima, e, em várias ocasiões, lançaram ataques retaliatórios mais amplos contra munições, armas e outras instalações.
Navios e aviões de combate dos EUA também têm bombardeado rotineiramente 'drones' e mísseis Hutis que estão instalados e a preparar-se para lançamento.
Grynkewich sublinhou que é difícil saber exatamente até que ponto o fornecimento de armas dos Hutis foi afetado pelos ataques dos EUA, porque as autoridades não tinham uma avaliação detalhada das suas capacidades antes do início dos ataques.
"O desafio para nós é entender qual era o denominador no início. Em outras palavras, o que tinham em mãos para começar? Obviamente sabemos o quanto atingimos e temos avaliações do sucesso desses ataques", frisou.
Outro "fator complicador" é o reabastecimento iraniano, acrescentou.
O líder militar realçou que os EUA acreditam que os Hutis tinham dezenas de mísseis balísticos antinavio quando começaram, e lançaram dezenas.
Os Houthis defenderam a sua campanha como um esforço para pressionar Israel a pôr fim à sua guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Os navios que visaram, no entanto, tinham pouca ou nenhuma ligação com Israel, os EUA ou outras nações envolvidas na guerra.
Em declarações aos jornalistas, Grynkewich disse que os Hutis são mais independentes e mais difíceis de serem controlados pelo Irão do que outras milícias apoiadas por Teerão no Iraque e na Síria.
Estes grupos interromperam em grande parte os seus ataques às forças dos EUA baseadas no Iraque e na Síria desde o início de fevereiro, quando os EUA lançaram um ataque retaliatório massivo contra os grupos e locais ligados à Guarda Revolucionária do Irão.
Autoridades dos EUA disseram acreditar que a pressão do Irão foi parte do motivo para a pausa.
Mas Grynkewich salientou que os Hutis "não respondem tão bem" às ordens iranianas e que mesmo que Teerão tentasse reprimir os rebeldes do Iémen ou cortar armas ou outros fornecimentos, levaria tempo para que isso tivesse efeito.
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