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Afeganistão. Ano letivo começou mas sem presença de 1 milhão de raparigas

O ano letivo no Afeganistão começou na quarta-feira, mas sem a presença de meninas que os talibãs proibiram de frequentar aulas, além do sexto ano, tornando-o no único país com restrições à educação feminina.

Notícias ao Minuto

09:36 - 20/03/24 por Lusa

Mundo Afeganistão

A agência da ONU para a infância afirma que mais de um milhão de meninas são afetadas por esta proibição e estima que cinco milhões de pessoas já estavam fora da escola antes da tomada do poder pelos talibãs devido à falta de instalações e outras razões.

O Ministério da Educação dos Taliban marcou o início do novo ano letivo com uma cerimónia à qual as jornalistas não foram autorizadas a assistir.

Durante uma cerimónia, o ministro da Educação do Talibã, Habibullah Agha, disse que o ministério está a tentar "aumentar tanto quanto possível a qualidade da educação das ciências religiosas e modernas".

Os talibãs têm dado prioridade ao conhecimento islâmico em detrimento de outras aprendizagens.

O ministro também apelou aos estudantes para evitarem usar roupas que contrariem os princípios islâmicos e afegãos.

Abdul Salam Hanafi, vice-primeiro-ministro dos talibãs, disse que estavam a tentar expandir a educação, levando-a a "todas as áreas remotas do país".

Os talibãs já tinham anunciado que as meninas que continuassem a estudar iam contra a sua interpretação estrita da lei islâmica, ou Sharia, e que eram necessárias certas condições para o seu regresso à escola. No entanto, não fizeram nenhum progresso na criação dessas condições.

Quando governaram o Afeganistão na década de 1990, também proibiram a educação das raparigas.

Apesar de inicialmente prometer uma regra mais moderada, também proibiram as mulheres de frequentar o ensino superior, espaços públicos como parques, assim como de ter a maioria dos empregos, como parte de um grupo de medidas impostas depois de assumirem o poder, após a retirada das forças dos EUA e da NATO do país, em 2021.

A proibição da educação das raparigas continua a ser o maior obstáculo dos talibãs para obterem reconhecimento como governantes legítimos do Afeganistão.

Embora os rapazes afegãos tenham acesso à educação, a Human Rights Watch criticou os talibãs, afirmando que as suas políticas educativas "abusivas" prejudicam tanto os rapazes como as raparigas.

O grupo, num relatório publicado em dezembro, afirmou que tem havido menos atenção aos profundos danos infligidos à educação dos rapazes à medida que professores qualificados - incluindo mulheres -- abandonam o ensino e também devido à introdução de mudanças curriculares regressivas, apontando ainda um aumento nos castigos corporais, que fazem com que os alunos compareçam menos.

Veja as imagens do primeiro dia de aulas na galeria acima.

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