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UE tem de "cuidar" da Defesa por guerra na Ucrânia e incerteza nos EUA

O candidato principal do Partido dos Socialistas Europeus (PES) às eleições europeias considera que a guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e a incerteza sobre a política norte-americana tornam "necessário que a Europa cuide melhor" da Defesa.

UE tem de "cuidar" da Defesa por guerra na Ucrânia e incerteza nos EUA
Notícias ao Minuto

07:42 - 13/03/24 por Lusa

Mundo PES

"Há pelo menos duas boas razões. A primeira é que a ameaça russa é muito concreta na Ucrânia e (...) temos de apoiar a Ucrânia tanto quanto possível, custe o que custar, e quanto tempo demorar. E em segundo lugar, não sabemos exatamente o que vai acontecer nos Estados Unidos", dadas as eleições presidenciais de novembro, disse Nicolas Schmit, em entrevista à agência Lusa em Bruxelas.

Precisamente no que toca à guerra na Ucrânia, em território europeu, o responsável referiu que a União Europeia (UE) tem "dependido muito da proteção dos Estados Unidos da América (EUA)", mas, segundo advertiu, "não se sabe, tendo em conta as eleições que se aproximam em novembro, como será a próxima administração norte-americana e qual será o papel dos EUA na NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]".

"Por isso, penso que é necessário que a Europa cuide melhor da sua própria segurança, trata-se de uma situação absolutamente inevitável", salientou Nicolas Schmit nesta entrevista à Lusa em Bruxelas.

Na semana passada, a Comissão Europeia apresentou uma estratégia industrial europeia de defesa, para criar uma "economia de guerra" na UE, com um programa para investimento no setor que deverá requerer 100 mil milhões de euros.

Em causa está a proposta sobre a Estratégia Industrial de Defesa Europeia para responder às lacunas de investimento no setor com instrumentos europeus e contratos públicos conjuntos e, assim, reforçar a capacidade e apoiar a Ucrânia devido à invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

Para Nicolas Schmit, é urgente que a UE crie "capacidade financeira" para este setor, o que a seu ver pode passar por emissão de dívida conjunta e com apoio do Banco Europeu de Investimento para suportar tal aposta, "a fim de modernizar a indústria de defesa numa base mais cooperativa".

Aos 70 anos, o luxemburguês Nicolas Schmit, que também é comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, foi nomeado no início deste mês de março 'Spitzenkandidat' (candidato principal) dos socialistas europeus às eleições de junho próximo.

Há uma semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também foi nomeada candidata principal do Partido Popular Europeu (PPE), para tentar uma reeleição à frente da instituição.

A líder do executivo comunitário tem vindo a defender que, num potencial novo mandato à frente da instituição, terá um comissário para a Defesa para facilitar a cooperação na UE nesta área e o reforço das capacidades militares.

Questionado pela Lusa sobre este novo cargo, Nicolas Schmit adiantou não ser "contra a ideia".

Porém, "não é por dizer que quero ter um comissário da defesa que se faça muitos progressos na defesa europeia", assinalou o político luxemburguês.

"E se este comissário da defesa não tem recursos, o que é que vai fazer? Para isso, precisamos de uma capacidade financeira, penso que isto é absolutamente necessário", concluiu o cabeça de lista dos socialistas.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito - que entrou no terceiro ano - provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

Leia Também: Candidato europeu dos socialistas rejeita "medo que UE esteja inundada"

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